O secretário-geral adjunto do Partido Socialista (PS), José Luís Carneiro, recusou na quinta-feira à noite falar sobre as eleições presidenciais de 2021, remetendo esse assunto para “tempo oportuno” e considerando que há que respeitar “o espaço de expressão” do atual Presidente da República.
José Luís Carneiro falava em resposta a questões dos jornalistas, no final de uma reunião com o primeiro-ministro, António Costa, na residência oficial de São Bento, em Lisboa, sobre a segunda fase de reabertura gradual das atividades e estabelecimentos encerrados devido à pandemia de covid-19, noticiou a agência Lusa.
Questionado se o PS concorda com a posição assumida na quarta-feira pelo seu secretário-geral e primeiro-ministro, que disse esperar regressar à Autoeuropa com o atual Presidente da República, já num segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa, contando, portanto, com a sua reeleição, o dirigente socialista respondeu: “Não foi matéria que tenhamos tratado hoje aqui”.
Perante a insistência da comunicação social, José Luís Carneiro acabou por defender que “há um tempo oportuno para essas questões, nomeadamente, a começar por quem está no desempenho dessas mesmas funções”.
“Isso significa, do meu ponto de vista, que há um dever da nossa parte, nomeadamente do PS, de respeitarmos esse espaço de expressão de quem está no exercício das suas funções”, acrescentou ainda.
Relativamente à situação do ministro das Finanças, Mário Centeno, na sequência do diferendo com o primeiro-ministro sobre a transferência para o Novo Banco, o secretário-geral adjunto do PS sustentou que “está esclarecida desde ontem [quarta-feira], em que foi feito um comunicado por parte do senhor primeiro-ministro”.
Segundo José Luís Carneiro, “a concentração do Governo e do senhor ministro das Finanças está como deve estar, nomeadamente no encontro do Eurogrupo” sobre a resposta europeia à pandemia de covid-19.
“Três auditorias foram realizadas à respetiva operação. E há ainda um dado que tem sido desvalorizado que é um dado mais relevante do ponto de vista do PS, é que o Orçamento do Estado para 2020 previa precisamente a realização dessa transferência financeira, aliás, no cumprimento de compromissos contratuais estabelecidos, e é em sede de Orçamento do Estado que se faz o escrutínio democrático”, sublinhou, realçando que o Orçamento “foi aprovado por uma ampla maioria”.