Após um processo difícil e que foi complicado pela pandemia de covid-19, foi, finalmente, alcançado um acordo para a reestruturação financeira da dívida da fábrica de cogumelos da Sousacamp. Em causa está um perdão de dívida de cerca de 54 milhões de euros.
O maior produtor de cogumelos da Península Ibérica beneficia, assim, de um perdão generoso, para poder manter as portas abertas. O contrato de reestruturação financeira vai ser assinado na próxima semana.
Os principais credores da Sousacamp, Novo Banco, Caixa Agrícola e IFAP – Instituto de Financiamento Agrícola e Pescas, chegaram a acordo com o fundo de capital de risco CoRe Restart que se chegou à frente para “salvar” o maior produtor ibérico de cogumelos.
O Fundo previa fazer um investimento inicial de 13 milhões de euros na empresa, para garantir a reestruturação e a protecção de 430 postos de trabalho em Bragança. Mas a pandemia de covid-19 veio complicar as coisas para a empresa que não pôde recorrer aos apoios anunciados pelo Governo por se encontrar insolvente.
O CoRe Restart teve que adiantar cerca de 2 milhões de euros para pagar os salários dos últimos meses, mesmo sem ter ainda assumido as rédeas da empresa. O investimento inicial deverá, assim, ser agora da ordem dos 12 milhões de euros, com um investimento suplementar de mais 7 milhões de euros.
A reestruturação implica um perdão de 75% da dívida. O “perdão global” é de cerca de 54 milhões de euros, de acordo com o Jornal de Negócios.
O Novo Banco era credor de mais de metade do valor.
Nos últimos anos, a Sousacamp foi acumulando dívidas que chegaram à ordem dos 69 milhões de euros. A situação foi tão negra que quase foi vendida no pacote de crédito malparado do Novo Banco.