Após uma extensa repercussão sobre os acordos de confidencialidade da sua empresa, que impedem as funcionárias de falar sobre as alegações de assédio no local de trabalho, Michael Bloomberg tentou inverter o curso da polémica.
“A Bloomberg LP identificou três NDAs [acordos de confidencialidade] assinados nos últimos 30 anos com mulheres para tratar de reclamações sobre comentários que disseram que eu fiz”, escreveu na sexta-feira o candidato presidencial no Twitter. “Se alguma delas quiser ser libertada dos seus NDAs, deve entrar em contato com a empresa”, acrescentou.
Dois dias antes dessa publicação, a falta de resposta de Bloomberg sobre se libertaria as mulheres dos seus acordos de confidencialidade foi apontada pela senadora Elizabeth Warren, durante um debate que decorreu em Las Vegas, nos Estados Unidos (EUA).
Uma investigação realizada em novembro pelo Business Insider revelou a existência de 40 processos contra a Bloomberg LP desde 1996, interpostos por 64 funcionários. Uma ex-funcionária da empresa pediu recentemente a um juiz de Nova Iorque (EUA) para invalidar o seu acordo de confidencialidade e os de outras trabalhadoras “em situação semelhante”.
“Reconheço que os NDAs, especialmente quando são usados no contexto de assédio e agressão sexual, promovem uma cultura de silêncio no local de trabalho e contribuem para uma cultura de mulheres que não se sentem seguras ou apoiadas”, disse Bloomberg num comunicado divulgado na sexta-feira no site da sua campanha .
E frisou: “É imperativo que, quando ocorrerem problemas, os locais de trabalho não abordem apenas os incidentes específicos, mas a cultura e as práticas que os levaram.