Esta segunda-feira, Tomás Correia foi pessoalmente ao Banco de Portugal buscar a nova condenação de que foi alvo, por violação das regras de controlo e branqueamento de capitais.
A notícia é avançada esta quarta-feira pelo Público, que explica que, ao ir recolher o documento pessoalmente, Tomás Correia evitou uma nova notificação através de edital publicado num órgão de comunicação social, como aconteceu no processo anterior. Isto, depois de o correio não ter logrado entregar as notificações nas moradas que indicou.
O ex-líder da Caixa Económica Montepio Geral foi à sede do Banco de Portugal, em Lisboa, recolher a decisão de condenação que lhe aplicou uma coima de 150 mil euros (outros 150 mil a José Almeida Serra, antigo administrador com o pelouro do compliance, e 400 mil euros à própria instituição).
As investigações do BdP detetaram falhas no mecanismo de prevenção de branqueamento de capitais. Este é um processo em que o Banco de Portugal arquivou várias infrações, que já terão prescrito, mas os factos mais graves que suportam esta decisão só prescreveriam em 2022.
O Banco de Portugal não estava a conseguiu notificar Tomás Correia através de carta postal enviada para a morada do ex-banqueiro, um apartamento num condomínio na zona norte do Parque das Nações. Neste caso, que se trata de uma decisão de condenação e não apenas uma acusação, como no anúncio no jornal, Tomás Correia antecipou-se a nova notificação pública.
O ex-banqueiro já havia considerado, em declarações ao Observador, “absolutamente lamentável” que o Banco de Portugal tivesse decidido publicar uma notificação de acusação num anúncio de jornal, garantindo que desde a altura do Natal tem estado fora de Lisboa numa “grande viagem” para rever família e amigos.
Segundo o mesmo diário, Tomás Correia garante que não foi ouvido neste processo, não conhece as matérias de que é acusado e queixa-se de “perseguição” por parte do Banco de Portugal.