A empresa automóvel japonesa Nissan está a fazer planos de contingência para uma possível rutura da aliança com a francesa Renault, após a queda do antigo presidente do grupo, Carlos Ghosn.
De acordo com o Financial Times, a Nissan quer separar os departamentos de engenharia e produção e fazer mudanças no Conselho de Administração, planos que se aceleraram após a fuga no passado dia 30 de Carlos Ghosn do Japão, onde deveria ser julgado por delitos financeiros.
Os preparativos para materializar uma possível separação evidenciam a tensão na aliança estratégica Renault-Nissan-Mitsubishi forjada há duas décadas e presidida por Ghosn.
Depois de ter fugido para o Líbano, o gestor denunciou que foi alvo de alegada perseguição política e acusou a Nissan e as autoridades japonesas de o atacarem, ao mesmo tempo que defendeu a sua inocência.
O Financial Times assinala que uma rutura total da aliança forçaria a Nissan, acionista maioritário da Mitsubishi, e a Renault a procurarem outros parceiros, num contexto de descida das vendas e aumento de gastos devido à transição para veículos elétricos.
Entretanto, Carlos Ghosn recorreu à justiça para reclamar uma indemnização da Renault devido à sua saída da empresa, indicou a AFP citando fontes concordantes que confirmaram uma informação do jornal Le Figaro.
O litígio diz respeito a uma indemnização por saída para a reforma no valor de 249.999,99 euros, montante que não lhe foi pago quando se demitiu da empresa em janeiro de 2019, numa altura em que estava ainda detido no Japão.
A defesa de Ghosn afirma, no entanto, que o gestor não se demitiu e que foi obrigado a informar a empresa da sua saída para a reforma, uma vez que estava impedido de dirigir o grupo, depois de ter sido detido no Japão em novembro de 2018.
ZAP // Lusa