Uma equipa multinacional de astronautas acoplou-se hoje à Estação Espacial Internacional (EEI), numa continuação da cooperação entre Moscovo e o Ocidente apesar do pior impasse entre as duas partes desde a Guerra Fria.
“Às 5h44 de Moscovo (1h44 em Lisboa), a nave espacial tripulada Soyuz TMA-13M acoplou-se com sucesso à Estação Espacial Internacional”, divulgou a agência espacial russa Roskosmos em comunicado.
O cosmonauta russo Maxim Surayev, o seu colega da agência espacial norte-americana (NASA) Reid Wiseman e o alemão Alexander Gerst, da Agência Espacial Europeia (ESA), abriram a escotilha e entraram na Estação Espacial Internacional duas horas depois de se acoplarem, de acordo com o site da missão espacial russa.
Sorrindo amplamente, abraçaram os outros três membros que já estavam a bordo da EEI, o astronauta norte-americano Steve Swanson e os russos Alexander Skvortsov e Oleg Artemeyev.
A Soyuz deixou o cosmódromo russo de Baikonur, no Cazaquistão, pouco depois da meia-noite de Moscovo (menos quatro horas em Lisboa).
Os astronautas demoraram seis horas a chegar à EEI, depois de em março a anterior tripulação ter sido obrigada a esperar dois dias em órbita devido a uma falha técnica.
Está previsto que os novos membros da tripulação da estação cumpram uma missão de 167 dias e regressem à Terra em novembro.
Surayev, de 42 anos, está na sua segunda missão na EEI depois da sua primeira, em 2009, quando se tornou no primeiro ‘blogger’ espacial russo. Wiseman e Gerst, ambos de 38 anos, estão na sua primeira missão.
Durante uma conferência de imprensa na quarta-feira, foi perguntado aos membros da nova tripulação se as atuais tensões vividas entre o Ocidente e a Rússia sobre a Ucrânia afetaria a sua relação, e eles responderam abraçando-se.
Desde a retirada do vaivém espacial norte-americano em 2011, a NASA está agora totalmente dependente da Rússia para levar astronautas para a estação, através da cápsula e sistema de lançamento Soyuz.
As recentes tensões impulsionadas pela crise na Ucrânia levaram a Rússia a avisar que pode proibir os Estados Unidos de usar os seus novos foguetões no lançamento de satélites militares norte-americanos.
Moscovo também deu a entender que pode recusar o pedido de Washington para alargar a longevidade da Estação Espacial Internacional por quatro anos, até 2024.
O vice primeiro-ministro russo, Dmitry Rozogin, que também é responsável pelo setor espacial russo, disse este mês que a Rússia apenas deve precisar da EEI até 2020, e que a Rússia quer usar os seus recursos em “projetos mais promissores”.
A NASA cortou os laços com a Rússia no mês passado devido à crise na Ucrânia, sendo que a única exceção a esse corte de relações é a cooperação a bordo da EEI.
“Dada a violação da soberania da Ucrânia por parte da Rússia, a NASA suspende a maioria dos seus compromissos com a Federação Russa”, divulgou a NASA num comunicado.
Rozogin respondeu de forma irónica, sugerindo que a NASA teria que usar um trampolim para colocar os seus astronautas na EEI.
No total, 16 países participam no programa da Estação Espacial Internacional, apesar de a Rússia e os Estados Unidos contribuírem com a maior fatia para o financiamento do projeto.
/Lusa
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