A Alemanha está a recrutar centenas de novos polícias e agentes federais para o serviço de informação interno como medida que intensifica a luta contra extremistas de direita, após vários incidentes no ano passado, disseram na terça-feira as autoridades alemãs.
O ministro do Interior alemão, Horst Seehofer, indicou que o Departamento Federal de Polícia Criminal e o serviço de informação (BfV) adicionariam cada uma 300 posições dedicadas à investigação e prevenção de crimes de extrema-direita, sem enfraquecer os esforços focados em crimes da extrema-esquerda e do extremismo islâmico.
“Este é um grande desafio para a segurança interna da Alemanha”, disse Seehofer, citado pela agência Lusa, afirmando ainda que a situação geral de segurança na Alemanha é boa, mas que houve “terríveis incidentes isolados” que abalaram a confiança das pessoas.
O ministro sublinhou o ataque a uma sinagoga e a um restaurante turco na cidade de Halle, em outubro, no qual acabaram por morrer duas pessoas. Lembrou ainda o assassínio, em junho, de uma política regional do partido da chanceler Angela Merkel, que apoiou a sua postura acolhedora em relação aos refugiados.
Existem cerca de 12 mil pessoas na Alemanha com visões de extrema-direita que são consideradas potencialmente violentas.
Holger Muench, responsável pelo Departamento Federal de Polícia Criminal, observou, no entanto, que cerca de metade dos crimes de extrema-direita são cometidos por suspeitos ainda não conhecidos pela polícia, incluindo o ataque à sinagoga de Halle.
Parte do trabalho das novas unidades será aprofundar-se nas associações, clubes e redes na Internet para identificar o melhor possível os autores e impedir os crimes antes que aconteçam.
Os novos agentes também vigiarão o serviço público, para garantir que pessoas com visões de extrema-direita não estejam nestes postos, como nas agências policiais, militares ou outras funções, disse Thomas Haldenwang, responsável da BfV.