A startup portuguesa MyDidimo conseguiu um investimento de 6 milhões de euros, graças a um grupo de empresas portuguesas e de fundos comunitários, para apostar no desenvolvimento da tecnologia que permite criar “gémeos digitais” de pessoas.
Fundada em 2016, no Porto, a MyDidimo conseguiu convencer um grupo de empresas portuguesas – a Portugal Ventures, a Farfetch UK Limited, a Bynd Venture Capital, a Beta-i e a LC Ventures – a investirem cerca de 4,6 milhões de euros na sua tecnologia. Isto depois de a meio deste ano, ter conseguido um financiamento de 1,8 milhões de euros da Comissão Europeia, no âmbito do apoio à Inovação.
“O objectivo principal é começar a vender esta tecnologia para o mercado internacional do entretenimento digital e do retalho“, salienta a CEO e fundadora da MyDidimo, Verónica Orvalho, em declarações ao Dinheiro Vivo.
A empresa vai investir boa parte do dinheiro em recursos humanos, com o intuito de alargar a equipa de trabalho. “Na área onde nós trabalhamos, de alta tecnologia“, temos que “procurar os melhores profissionais, que são muito caros“, explica ainda Verónica Orvalho.
A MyDidimo dedica-se ao desenvolvimento de “gémeos” digitais, nomeadamente para empresas como a Sony que usa a tecnologia da empresa portuguesa em jogos da PlayStation.
Também a Farfetch, empresa online de vestuário de luxo, utiliza o software desenvolvido pela MyDidimo para permitir aos potenciais compradores do seu site verem como é que uma determinada peça de roupa lhes assenta no corpo.
O nome da empresa inspirou-se no termo grego “Didimo” que significa “gémeo”. A tecnologia passa por criar o gémeo digital animado de alguém a partir de uma fotografia. “Cada pessoa pode depois usar esta versão digital de si mesma para se conectar de forma inovadora com o que a rodeia, em áreas como jogos, compras e comunicação de realidade mista”, salienta a empresa.
A tecnologia pode ser aplicada em conferências, como aconteceu no TEDxPorto 2018, para um momento diferente do habitual.
No horizonte da MyDidimo está o sector da Saúde, mercado onde espera poder vir a ter intervenção no final de 2020.
Entretanto, há a possibilidade de a empresa receber mais capital através de um investidor internacional nos próximos meses, como apurou o Dinheiro Vivo.