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Cientistas desenvolvem vidro flexível

(dr) Erkka Frankberg

O vidro é um material forte, apesar de quebradiço. Mas consegue imaginar o seu potencial se não partisse? De acordo com uma equipa de cientistas da Universidade de Jena, na Alemanha, esta hipótese não está fora de questão.

O vidro é um material inorgânico que, normalmente, é transparente ou translúcido, além de ser duro, quebradiço e impermeável aos elementos naturais. A mínima fissura faz com que o vidro se quebre em mil pedaços.

Lothar Wondraczek, investigador da Universidade de Jena, na Alemanha, publicou recentemente um estudo na revista Science no qual descreve a história dos cientistas que tentam superar a fragilidade deste material.

“Os cientistas têm procurado maneiras de tornar o vidro menos quebradiço. O vidro dobrável significaria beber por copos que sobrevivem a uma queda ou telas de smartphones que não quebram. Neste novo esforço, os investigadores afirmam ter dado um passo em direção a este objetivo”, escreveu.

A composição primária do vidro é a sílica (SiO2) – sob condições adequadas, o silício combina com o oxigénio e a sílica é produzida. A sílica, cuja principal fonte é a areia. derrete a cerca de 1600 °C, e quando é aquecida a alta temperatura, transforma-se em vidro, quase como por magia.

Neste novo esforço dos cientistas da universidade alemã, a equipa usou óxido de alumínio cristalino em vez de areia para fazer pequenas amostras de vidro. Para o fazer, dispararam intensas rajadas de luz laser contra uma amostra para transformá-la em plasma roxo e mantiveram o material a arrefecer,.

Segundo o Tech Explorist, o material resultante foram folhas com 60 nanómetros de espessura e dois micrometros de largura. O material era transparente e extremamente quebradiço, tal como o vidro comum.

Durante a experiência, os cientistas provaram que o vidro poderia ser dobrado ou esticado. Além disso, observaram ainda o vidro dobrável através de um microscópio eletrónico e criaram simulações em computador do material para entender melhor as suas propriedades.

O modelo revelou que o vidro tinha uma rede de átomos muito compacta e sem defeitos, tornando-a flexível. Além disso, os átomos foram capazes de trocar de lugar quando foram expostos à pressão.

No entanto, apesar do grande avanço, é necessária muita mais pesquises que este vidro dobrável possa ser comercializado. Os cientistas advertem que não está claro que o processo pode ser usado para serem feitas chapas de vidro maiores, ou mesmo se é passível de fabricação.

ZAP //

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