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Quase 50 anos depois, a NASA abriu uma amostra da superfície da Lua

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NASA / James Blair

Pela primeira vez em mais de 40 anos, cientistas da NASA abriram uma amostra de regolito da Lua recolhida durante missões do Programa Apollo. Graças às novas tecnologias de análise desenvolvidas ao longo das últimas décadas, esta amostra pode revelar novos dados sobre o corpo celeste mais próximo da Terra.

Segundo o Science Alert, a amostra de regolito, chamada amostra 73002 e aberta no passado dia 5 de novembro, foi recolhida pelos astronautas da Apollo 17, Gene Cernan e Jack Schmitt, em dezembro de 1972, através de um tubo de quatro centímetros.

“Hoje somos capazes de fazer medições que não eram possíveis durante os anos do Programa Apollo”, afirma a geóloga planetária Sarah Noble, do programa ANGSA.

“A análise dessas amostras vai maximizar o retorno científico da Apollo, além de permitir que uma nova geração de cientistas refine as suas técnicas e ajude a preparar futuros exploradores para missões lunares previstas para a década de 2020 e mais além”.

As técnicas que os cientistas da NASA têm agora acesso incluem imagem 3D não destrutiva, espectrometria de massas e microtomia de alta resolução que, por outras palavras, lhes permitem estudar este tipo de amostras com muito mais detalhe.

Os cientistas fizeram uma digitalização 3D de alta resolução da amostra 73002 antes de ser aberta, mostrando-lhes a melhor forma de remover o precioso regolito e distribuí-lo pelas várias equipas da NASA. A fotografia abaixo mostra a comparação entre a digitalização tirada este ano e em 1974.

Dave Edey and Romy Hanna / UTCT, UT Austin / NASA

Digitalizações da amostra 73002 tirada em 2019 e em 1974

Parte da razão pela qual mais amostras estão agora a ser abertas — a amostra 73001 será analisada no início de 2020 — prende-se com o facto de a NASA estar a preparar-se para enviar astronautas à Lua em 2024.

Esses astronautas irão recolher um novo conjunto de amostras enquanto percorrem a superfície lunar, dando aos cientistas a oportunidade perfeita para analisar e comparar com as descobertas reveladas pelas amostras 73002 e 73001.

As amostras que já foram ou vão ser abertas também podem mostrar aos astronautas quais os pontos na Lua mais interessantes para uma investigação mais aprofundada. De acordo com a NASA, o regolito poderá fornecer pistas sobre a localização dos depósitos polares de gelo na Lua, lançar luzes sobre como a crosta da Lua evoluiu ao longo do tempo e ajudar a entender melhor como ocorrem deslizamentos de terra na superfície lunar.

Além disso, analisar essas amostras também poderá dar aos cientistas indicações sobre como melhorar as ferramentas de recolha de rochas que serão adaptadas à sonda construída para a missão Artemis de 2024.

ZAP //

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