Ex-ministro brasileiro condenado a 14 anos e 10 meses de prisão

Valter Campanato / Agência Brasil

Ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Geddel Vieira Lima

O ex-ministro brasileiro e o seu irmão e antigo deputado foram condenados a prisão por associação ilícita e branqueamento de capitais, materializados em milhões de reais escondidos num apartamento.

A sentença foi ditada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou a 14 anos e 10 meses de prisão o ex-ministro Geddel Vieira Lima, que chefiou a pasta da Integração Nacional entre 2007 e 2010, na gestão do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e que ocupou a Secretaria do Governo durante o mandato de Michel Temer.

No caso do seu irmão, Lúcio Vieira Lima, que entre 2011 e 2019 ocupou um assento na Câmara dos Deputados pelo partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB), a pena foi fixada em dez anos e seis meses de prisão.

Os irmãos eram próximos de Temer que, em 2016, na condição de vice-presidente, assumiu o poder depois da destituição da então mandatária Dilma Rousseff, considerada culpada de irregularidades financeiras num julgamento político.

Também Temer responde por vários processos por alegada corrupção, todos abertos a partir do dia 1 de janeiro deste ano, quando perdeu os privilégios presidenciais ao ceder o poder a Jair Bolsonaro, vencedor das eleições de 2018.

O caso que envolve os irmãos Vieira Lima começou com uma investigação que levou a polícia a encontrar, num apartamento sem móveis, em Salvador da Bahia, dezenas de malas e caixas com cerca de 51 milhões de reais, aproximadamente 11 milhões de euros, em dinheiro vivo, em 2017.

O ex-ministro admitiu que costumava usar o apartamento em causa, que lhe teria sido emprestado por um amigo, mas nunca conseguiu explicar a origem do dinheiro que, para as autoridades, era proveniente de corrupção na Caixa Económica Federal, um banco público no qual Geddel ocupou a vice-presidência entre 2011 e 2013.

Geddel Vieira Lima encontra-se em prisão preventiva desde setembro de 2017, condição pedida pela Procuradoria-Geral da República até à existência de uma sentença, que considerava que o ex-ministro poderia tentar impedir outras investigações ou até mesmo fugir do país.

No mesmo caso estava também envolvido o empresário Luiz Fernando Machado, suposto cúmplice dos irmãos Vieira Lima nas fraudes detetadas na Caixa Económica, mas que acabou por ser absolvido. Os juízes entenderam não haver provas suficientes sobre a sua alegada participação nos crimes.

// Lusa

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