Já depois de Borislav Mihailov se ter demitido da presidência da federação da Bulgária, uma unidade da estrutura policial que luta contra o crime organizado no país entrou esta terça-feira na sede da federação, em Sófia, e após duas horas de buscas, saiu do edifício com cinco pessoas detidas.
Segundo o site Gol, citado pelo desportivo O Jogo, os funcionários em causa pertencem ao Conselho de Arbitragem e estão detidos na sequência de suspeitas de corrupção e manipulação de resultados.
Antigo guarda-redes do Belenenses, Mihailov demitiu-se a pedido do ministro dos desportos e do primeiro-ministro da Bulgária, na sequência de um escândalo de racismo durante o Bulgária-Inglaterra, vencido pelos britânicos por 6-0, esta segunda-feira. “Saio para o bem do futebol búlgaro e para não haver mais tensão“, declarou o ex-presidente federativo, após a demissão.
O primeiro-ministro, Boyko Borissov, pediu a Mihaylov, antigo guarda-redes, que abandonasse o cargo depois do árbitro da partida ter precisado de interromper temporariamente a partida, seguindo o protocolo de três passos definido pela UEFA em casos de comportamentos nocivos por parte do público.
Vasil Levski, Tyrone Mings e Marcus Rashford, jogadores titulares na partida, foram chamados de “macacos” e alvo de cânticos ofensivos que terão começado ainda no aquecimento.
O capitão da Bulgária, Ivelin Popov, foi visto numa discussão acesa com alguns adeptos perto do túnel, quando as equipas saiu para o intervalos. O treinador da seleção búlgara, Krasimir Balakov, negou as acusações de racismo, dizendo que não ouviu os cânticos e que estes alegados abusos devem ser, antes de mais, “provados”.
Por sua vez, Greg Clarke, presidente da Associação de Futebol, considerou que a noite desta segunda-feira foi “uma das noites mais terríveis” que já viu no futebol.
Além dos insultos contra alguns futebolistas ingleses, foram também visíveis nas imagens da transmissão televisiva que os adeptos da seleção anfitriã presentes no Estádio Nacional Vasil Levski, em Sófia, efetuaram saudações nazis.