Prémio Camões. Mia Couto vai encabeçar ação contra posição de Bolsonaro

Luis Miguel Martins / Wikimedia

Mia Couto

O escritor moçambicano Mia Couto afirmou esta quinta-feira que vai contactar outros vencedores do Prémio Camões para tomarem uma posição conjunta contra a indicação do Presidente brasileiro Bolsonaro de que poderá não assinar o diploma do prémio a Chico Buarque.

Em entrevista à agência Lusa, o escritor moçambicano, vencedor do Prémio Camões em 2013, disse que mal tomou conhecimento das declarações de Jair Bolsonaro, foi imediatamente assaltado pela vontade de tomar uma atitude.

Na quarta-feira, o Presidente brasileiro deu a entender que não assinará o diploma do Prémio Camões concedido ao compositor e escritor Chico Buarque, afirmando aos jornalistas que assinaria “até 31 de dezembro de 2026”, data que remete para o final de um segundo mandato presidencial, caso fosse reeleito em 2022.

Em resposta, Chico Buarque afirmou que uma eventual não assinatura de Bolsonaro do diploma era para si “um segundo Prémio Camões”.

Comentando o sucedido, Mia Couto começou por “saudar” a resposta do músico e escritor, considerando-a “genial”, afirmando de seguida a sua intenção de contactar os “colegas que foram Prémio Camões” para fazerem uma “declaração conjunta contra a imbecilidade desse tipo de atitude”. “Soube hoje [desse episódio], e a minha ideia é – como eu não posso fazer isso sozinho – pedir ao secretariado do Prémio Camões que me dê os contactos das pessoas de maneira que a gente tenha uma postura conjunta”.

A justificação do escritor é não só a “ligação muito particular” que tem com Chico Buarque, mas sobretudo o sentir que “é o Prémio Camões que está a ser agredido, a liberdade de criar”, disse ainda.

// Lusa

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