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EUA querem recolher o ADN de todos os migrantes que não tenham documentos

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Sashenka Gutierrez / EPA

O Governo dos Estados Unidos (EUA) planeia recolher o ADN de todos os migrantes detidos após entrarem ilegalmente no país, informaram as autoridades norte-americanas na quarta-feira.

O Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS) está a desenvolver um plano para colher amostras de ADN de todos os migrantes sem documentos e armazená-las num banco de dados nacional para perfis criminais, informou o Raw Story na quinta-feira.

Em declarações aos jornalistas, as autoridades do DHS disseram que a nova política dará aos agentes de imigração e controlo de fronteiras uma imagem mais ampla da situação dos migrantes e dos detidos. Caso esses dados sejam também armazenados na base do FBI, poderão ser utilizados na aplicação da lei.

“Isso aprimora a nossa capacidade de identificar pessoas que entram ilegalmente no país”, disse um dos responsáveis, acrescentando que “ajudará também outras organizações, na sua capacidade de identificação”.

Este projeto de coleta está ainda a ser desenvolvido e não há uma data definida para a sua implementação. Segundo indicaram as autoridades, em 2006 e 2010, o Departamento de Justiça norte-americano criou regras para recolha de ADN de pessoas presas e condenadas, que não chegaram a ser implementadas.

Coletar e armazenar o ADN de pessoas detidas e que ainda não foram julgadas ou condenadas por um crime atraiu críticas de defensores dos direitos civis.

“A coleta forçada do ADN levanta sérias preocupações sobre privacidade e liberdades civis e carece de justificativa, especialmente quando o DHS já está a usar métodos de identificação menos intrusivos, como as impressões digitais”, disse Vera Eidelman, advogada da American Civil Liberties Union.

“Esse tipo de coleta em massa também altera o objetivo da coleta de ADN de investigação criminal para vigilância populacional, o que é contrário às nossas noções básicas de liberdade e autonomia”, reforçou.

No início deste ano, a Patrulha de Fronteira dos EUA começou a realizar testes rápidos de ADN em migrantes que atravessaram a fronteira em família para determinar se os indivíduos estavam realmente relacionados.

 

TP, ZAP //

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