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Irão pediu vistos aos EUA para ir à Assembleia Geral da ONU “há meses”, mas nenhum foi entregue

rouhani.ir

O presidente do Irão, Hassan Rohani

O Presidente do Irão ainda não recebeu visto de entrada nos EUA, podendo estar em risco a participação de Hassan Rohani na Assembleia Geral das Nações Unidas, noticiou esta quarta-feira a agência de notícias estatal daquele país.

De acordo com a agência Irna, a delegação escolhida para o evento anual da ONU ainda não saiu do Irão por falta de vistos dos EUA. O ministro dos Negócios estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, deveria viajar na sexta-feira para Nova Iorque, adianta a agência de notícias. O Presidente, Hassan Rohani, deve partir na segunda-feira, dia em que começa a Assembleia Geral das Nações Unidas.

A reunião das Nações Unidas foi apresentada como um possível local de encontro entre os presidentes norte-americano e iraniano, para debater a tensão entre os dois países, agravada no fim de semana passado na sequência dos ataques a instalações da petrolífera saudita Aramco.

Sem excluir por completo a possibilidade, Donald Trump afirmou esta quarta-feira, no entanto, que prefere não se encontrar com o homólogo iraniano à margem da ONU. “Não excluo nada, mas preferia não o encontrar na Assembleia-Geral das Nações Unidas”, em Nova Iorque, afirmou Trump em resposta a um jornalista.

A resposta de Trump, durante um voo do Air Force One  com destino à Califórnia, é dada numa altura em que Washington se diz “seguro” de que Teerão é o autor do ataque com drones que, no sábado, atingiu um campo petrolífero na Arábia Saudita.

Por seu lado, o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, descartou esta quarta-feira a possibilidade de negociações “a qualquer nível” com os EUA. “Negociar significa a imposição das exigências dos EUA à República Islâmica e é uma manifestação da vitória da campanha de ‘máxima pressão’ dos EUA” contra o Irão, considerou Khamenei.

A Assembleia-Geral das Nações Unidas abre no dia 24 com a presença dos chefes de Estado ou de altos representantes dos países membros na sede da organização, em Nova Iorque. Os EUA são obrigados a conceder vistos a todos os chefes de Estado e de Governo que queiram participar. Foi uma condição assente entre os EUA e a União Soviética quando a ONU foi criada, em 1945. Os vistos foram pedidos há meses, segundo os iranianos, e nenhum foi entregue.

Irão vai retaliar ataques, EUA aumentam sanções

O governo iraniano advertiu oficialmente os EUA de que vai responder de forma “imediata” a qualquer agressão, reagindo assim à posição de Washington sobre eventuais represálias contra Teerão na sequência dos ataques à petrolífera saudita Aramco.

Entretanto, Donald Trump reagiu ao aviso e anunciou no Twitter que deu instruções ao secretário de Estado do Tesouro norte-americano para “aumentar significativamente” as sanções económicas ao Irão.

“Caso venha a ser levada a cabo qualquer ação contra o Irão haverá uma resposta imediata e o alcance da resposta não se vai limitar a uma ameaça”, refere uma nota oficial publicada esta quarta-feira na imprensa iraniana. “Acabei de dar instruções ao secretário de Estado do Tesouro para aumentar significativamente as sanções ao Irão!”, escreveu o Presidente norte-americano no Twitter.

O documento do governo iraniano foi enviado na segunda-feira à representante dos interesses norte-americanos na embaixada da Suíça na capital do Irão, visto que os EUA não têm relações diplomáticas com a República Islâmica. Na carta, o governo iraniano sublinha que os ataques contra a Aramco “não foram obra do Irão”, condenando e desmentindo as acusações do presidente norte-americano, Donald Trump, e do secretário de Estado, Mike Pompeo.

O ataque de sábado contra a fábrica de Abqaiq e a jazida de Khurais provocou uma queda para metade da produção saudita (5,7 milhões de barris por dia, cerca de 6% do fornecimento mundial) e fez com que o preço do petróleo disparasse.

O preço do barril de petróleo Brent, para entrega em novembro, abriu esta terça-feira no mercado de futuros de Londres, a descer 0,53%, depois da forte subida registada na segunda-feira (subiu 14,59%, para 69,02 dólares).

ZAP // Lusa

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