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Caverna em Maiorca mostra que a água do mar subiu 16 metros há milhares de anos (e pode voltar a acontecer)

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Escondida na costa nordeste da ilha espanhola de Maiorca, encontram-se as Cuevas de Artà, uma enorme rede de caverna repleta de estalagmites e estalactites.

Estas formações rochosas naturais dominam espaços cavernosos com nomes como a “Câmara do Purgatório” ou a “Câmara do Inferno” – mas a caverna Artà guarda um segredo antigo, revela agora um novo estudo.

Na nova investigação, uma equipa internacional de cientistas analisou depósitos minerais chamados espeleotemas dentro da Caverna Artà. Os espeleotemas, que incluem estalagmites e estalactites, assumem várias formas diferentes e desenvolvem-se lentamente à medida que precipitam nas reações químicas à base de água que ocorrem ao longo de dezenas a centenas de milhares de anos.

A análise desses depósitos geoquímicos pode dizer muito sobre as condições ambientais quando essa formação mineral surgiu.

No novo estudo, publicado no fim de agosto na revista especializada Nature, os cientistas analisaram caraterísticas chamadas supercrescimentos freáticos, que se formam dentro de cavernas, quando estas são inundadas pelo aumento da água do oceano.

Dentro da rede de cavernas, a equipa liderada pela geoquímica Oana Dumitru, da Universidade do Sul da Florida, identificou seis dessas formações de supercrescimento, encontradas em vários locais dentro da caverna e em elevações que variavam de 22,5 a 32 metros acima do nível do mar.

A análise das amostras extraídas desses supercrescimentos data dos depósitos de entre 4,39 a 3,27 milhões de anos atrás, indicando que se formaram durante a época do Plioceno, o último grande período de aquecimento da Terra, quando árvores até cresceram no Polo Sul. Mas isso não é tudo o que os investigadores descobriram.

Um intervalo durante o Plioceno Tardio, chamado Período Quente do Meio Piacenziano, é frequentemente considerado um tipo de análogo para o futuro aquecimento antropocêntrico. Isto porque as condições atmosféricas de dióxido de carbono eram comparáveis ​​às de hoje (cerca de 400 ppm) e o mundo estava entre 2 a 3°C mais quente do que uma temperatura média global pré-industrial.

Durante esse período, os cientistas descobriram que o nível médio global do mar estava a 16,2 metros acima do nível atual. De acordo com a equipa, é provável que, mesmo que o CO2 atmosférico se estabilize onde está hoje, o nível do mar provavelmente subirá inevitavelmente novamente às mesmas altitudes, embora reconheçam que possa demorar centenas ou milhares de anos.

“Considerando os padrões atuais de derretimento, a extensão do nível do mar provavelmente seria causada pelo colapso das camadas de gelo da Gronelândia e da Antártica Ocidental”, explicou Dumitru em comunicado.

Assim, escreve o ScienceAlert, se os humanos não são capazes de estabilizar ou reduzir o carbono atmosférico e outros gases de efeito estufa que capturam calor, poderíamos observar até 23,5 metros de elevação do nível do mar – algo que o mundo testemunhou pela última vez há quatro milhões de anos atrás, quando as temperaturas eram até 4°C superiores aos níveis pré-industriais.

Por outro lado, se conseguirmos manter com sucesso os aumentos acima da temperatura pré-industrial de 1,5 a 2ºC, estudos anteriores publicados no ano passado indicam que o aumento do nível do mar pode estar limitado entre dois a seis metros acima do atual nível do mar.

O objetivo científico dos invetsigadores é usar a química antiga contida na caverna Artà para ajustar a calibração dos futuros modelos de placas de gelo.

ZAP //

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4 Comments

  1. Quem eram os estupores que andavam a fazer “Eras Industriais” na altura ?!?!?! Quando percebem que não há nada a fazer porque a intervenção da actividade humana neste aquecimento global é minima?

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