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FESAP quer aumentos salariais entre os 3 e os 4% e recusa ADSE para privados

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Manuel De Almeida / Lusa

O secretário-geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap), José Abraão, disse esta quarta-feira estar disponível para a negociação com os partidos de forma a conseguir compromissos e acordos plurianuais que garantam aumentos “para todos” já em 2020.

“Que haja aumentos para todos os trabalhadores sinalizados já em 2020. Estamos completamente disponíveis para a negociação, para acordos plurianuais para sabermos com o que podemos contar ao longo desta legislatura e não ficarmos dependentes desta ou daquela solução governativa desta ou de qualquer outra força política”, disse.

A federação, filiada na UGT, optou este ano por não apresentar ainda o seu caderno reivindicativo, uma vez que as eleições para a escolha de um novo Governo ocorrem no próximo mês (6 de outubro), mas sim uma carta aberta que enviará a todos os líderes partidários, com pedidos de audiência, para que se faça uma discussão “séria” sobre os problemas e necessidades dos trabalhadores e dos serviços públicos.

“Aquilo que exigimos é que seja qual for o Governo e seja qual for a solução governativa queremos compromissos sociais, respeito pela lei da negociação na Administração Publica, não tantas vezes a fazer de conta, mas negociação concreta”, apelou.

“Cada um no seu sítio estamos dispostos para negociar e assumir compromissos”, disse.

A Fesap defende um aumento salarial entre os 3 e os 4% que compense os trabalhadores “de uma década sem aumentos” e acordos que prevejam, entre outras matérias, a subida progressiva da posição de ingresso nas carreiras gerais (assistente operacional, assistente técnico e técnico superior), acompanhada pelos devidos ajustamentos nas restantes posições, tornando “o emprego público mais competitivo e capaz de reter os melhores”.

“A celebração de acordos plurianuais é uma aposta clara na estabilidade, na confiança e na paz social que podem abrir caminho à acomodação de objetivos de convergência, ambiciosos e transparentes, concretizáveis ao longo da legislatura”, sinaliza.

Para o líder sindical, os aumentos salariais não devem estar em linha com inflação, que deixou críticas ao PSD por defende este critério.

“Nós não estamos de acordo com aqueles que dizem que apenas deve haver aumentos em linha com a inflação. Tem de haver alguma recuperação e é facto que a produtividade nacional também cresceu. Portanto, se houver alguma justiça na distribuição do rendimento, compreenderá que a produtividade, mais a inflação e alguma recuperação provavelmente apontará para valores dessa grandeza ou até ligeiramente superiores”, defendeu o dirigente sindical, citado pela Rádio Renascença.

Recuperação do tempo de serviço para todos

Ainda na conferência de imprensa desta quarta-feira, José Abraão garantiu que a atitude dos sindicatos que integram a FESAP na próxima legislatura será de fazer valer a contagem integral do tempo de serviço de todas as carreiras, incluindo os professores.

“Bater-nos-emos sempre por questões de justiça e a contagem do tempo para todos é uma questão de justiça”, referiu, citado pela mesma rádio.

O líder sindical deixou ainda claro que é a FESAP é contra um eventual alargamento da ADSE aos privados, como propõe o CDS. “Não é aceitável que se queira dizer que a ADSE tem de ser para todos quando ela é dos funcionários públicos e é a eles que se tem de perguntar que futuro é que querem”.

ZAP // Lusa

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