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Os corvos estão com colesterol alto (e a culpa é nossa)

Cientistas alimentaram corvos com cheeseburgers do McDonald’s para analisar os efeitos da urbanização e concluíram que estes tinham colesterol mais alto.

Os corvos por norma sobrevivem à base de plantas, carne de animais mortos e comida de fontes produzidas pelo Homem, como aterros e caixotes do lixo. Contudo, a comida que deitamos fora não é tão saudável para os corvos, como a comida que estas aves poderiam encontrar em ambientes livres de pessoas.

Numa experiência, a equipa liderada pela professora assistente Andrea K. Townsend, da Faculdade de Hamilton, em Nova Iorque alimentou corvos com alguns cheeseburgers do McDonald’s e depois analisou o seu sangue.

Para avaliar que tipo de consequências o colesterol podia ter nestes animais, os cientistas decidiram medir os efeitos da urbanização e de uma dieta de baixa qualidade sobre a sua sobrevivência no geral, avança a Gizmodo.

Os investigadores recolheram amostras de sangue de 140 crias de corvos em Davis, Califórnia, e 86 crias em Clinton, Nova York, acompanhando-os por dois a três anos.

Para algumas das famílias de corvos de Nova Iorque, os cientistas complementaram a dieta colocando um cheeseburger do McDonald’s num raio de 10 metros do ninho, cinco a seis dias por semana.

As crias dos pássaros alimentados com hambúrgueres pareciam, em média, ter colesterol mais alto do que aqueles que não recebiam cheeseburgers, mas também aparentavam estar em melhores condições. No entanto, não está claro se o colesterol era bom ou mau para os corvos, já que não há uma constituição de colesterol alto para estes animais.

Os ambientes urbanos — que os pesquisadores definiram como ambientes com superfícies mais impermeáveis — pareciam estar associados a níveis mais altos de colesterol, assim como à diminuição da sobrevivência.

Assim, a urbanização global parece ter um efeito negativo sobre a sobrevivência dos corvos nos primeiros três anos de vida, de acordo com o artigo publicado no The Condor Ornithological Applications.

Os resultados corroboram outras experiências em pardais domésticos, iguanas-do-norte das Bahamas e raposas de San Joaquin, em que as populações urbanas (ou populações em áreas com mais humanos) apresentam colesterol mais alto.

O estudo levanta ainda questões sobre quais os efeitos a longo prazo numa dieta deste tipo e se esta teria as mesmas consequências em corvos mais velhos (já que o estudo só se baseou em crias).

O estudo veio mostrar que a vida na cidade não transforma apenas os humanos, mas também altera os animais e os restantes seres vivos que habitam ambientes urbanos.

DR, ZAP //

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