Um “terrorista e um polícia” morreram em Caxemira, controlada pela Índia, na sequência de um tiroteio entre separatistas e forças de segurança.
O incidente no distrito de Baramulla, no norte de Caxemira, é o primeiro a ser reportado pelas autoridades indianas, depois destas terem revogado a autonomia especial do território.
Em 18 de agosto, fontes do Governo indiano indicaram que pelo menos quatro mil pessoas foram detidas em Caxemira, no âmbito da lei de segurança pública, que permite às autoridades prenderem uma pessoa até dois anos sem acusação ou julgamento.
Na sexta-feira, as autoridades paquistanesas afirmaram que pelo menos seis paquistaneses foram mortos em menos de 24 horas por disparos de tropas indianas.
Neste território, reivindicado pela Índia e pelo Paquistão, as tensões têm estado a crescer desde 5 de agosto, quando o Governo indiano anunciou a revogação da autonomia constitucional do estado de Jammu-Caxemira, medida para colocar a região sob uma tutela mais direta de Nova Deli e que o Paquistão considerou ilegal.
As duas potências nucleares do sul da Ásia já travaram duas guerras pelo controlo de Caxemira.
Desde 1948, uma resolução da ONU prevê a organização de um referendo de autodeterminação em Caxemira, que se mantêm letra morta perante a oposição de Nova Deli.
Diferentes grupos separatistas combatem, há décadas, a presença de cerca de 500 mil soldados indianos na região de Jammu-Caxemira, para exigir a independência do território ou a integração no Paquistão. Dezenas de milhares de pessoas, na grande maioria civis, já morreram no conflito.
Desde que a revogação do estatuto foi anunciada, a Caxemira indiana vive num “colete de forças”, com a proibição de concentrações, o corte de comunicações e o reforço das forças de segurança indianas.
// Lusa