Leonard Sax, autor do New York Times e psicólogo, afirma ter descoberto provas de que Adolf Hitler era parcialmente judeu.
Nas suas descobertas, publicadas na revista Journal of European Studies, e revistas por pares, Sax baseia-se nas revelações do político e criminoso de guerra alemão Hans Frank. Frank foi advogado pessoal de Adolf Hitler e governador-geral da Polónia durante a ocupação do Terceiro Reich.
Durante o seu testemunho em Nuremberga, Frank fez uma afirmação sensacional de que tinha investigado a ascendência de Hitler após o meio-sobrinho do líder nazi, William Patrick Hitler, o ter chantageado com ameaças de revelar detalhes embaraçosos sobre a sua família.
Diz-se que Frank teria descoberto a correspondência da avó de Adolf Hitler, Maria Anna Schicklgruber.
Frank teria supostamente descoberto que Maria Anna trabalhou para um homem judeu na cidade austríaca de Graz e que o filho adolescente do seu patrão a engravidou em 1836 – o ano em que o pai de Adolf Hitler, Alois, foi concebido – naquela que se suspeita ter sido uma violação.
Nome do pai
No entanto, é crido que a família de Maria Anna a rejeitou, e ela foi forçada a dar à luz ao seu filho no celeiro de um estranho no ano seguinte. Leonard Sax diz que o registo de batismo não menciona o nome do pai, e Maria Anna teria vivido com a “pensão de alimentos” enviada pela família judaica.
Maria Anna viria a casar-se com um homem chamado Johann Georg Hiedler e, quando o seu filho Alois Schicklgruber tinha 39 anos, ele decidiu legitimar Hiedler como seu pai biológico, mas o padre escreveu mal o seu nome, tornando-se assim “Hitler”.
Segundo Sax, Adolf Hitler sabia que o seu avô paterno era judeu e estava “desesperado para escondê-lo”. A correspondência de Maria Anna com a família judaica nunca foi publicada e o führer ordenou a eliminação de qualquer menção da cidade onde a sua avó viveu.
Adolf Hitler, em vez disso, empregou um genealogista, Rudolf Koppensteiner, que estabeleceu a sua árvore genealógica dizendo que todos os seus antepassados eram alemães austríacos.
Biografias principais
A história do advogado de Hitler foi questionada por muitos investigadores, e o consenso geral é que ele não era judeu. Um dos primeiros críticos foi Nikolaus von Preradovich, um historiador austríaco que declarou em 1957 que não havia “um único judeu” em Graz quando a avó de Hitler vivia lá.
Contudo, Sax afirma ter estudado todas as principais biografias e referências ligadas a Adolf Hitler e descobriu que todas as afirmações de que Hitler não tinha ascendência judaica são baseadas na de von Preradovich.
Sax diz que von Preradovich revelou-se um “simpatizante nazi” que tinha amontoado elogios a Hitler e “citado frequentemente Mein Kampf”. Assim, argumenta Sax, o austríaco fez estas afirmações porque terá ficado “ofendido” pela sugestão de que o falecido führer teria ascendência parcialmente judaica.
Sentimento de Hitler
Desmascarando ainda mais as alegações, Sax diz que investigou arquivos austríacos do início do século XIX, que mostram que houve uma “comunidade judaica estabelecida” em Graz em 1850.
Sax acredita que, ao contrário de muitos antissemitas alemães do período entre guerras, o sentimento de Hitler não era económico, mas “sexual”, já que não o impediu de comprar armamento de fabricantes judeus, mas o levou a proibir as mulheres de origem gentia de trabalhar para empregadores judeus e a destruir a cidade da sua avó.
Sax insiste que não há uma base probatória forte o suficiente sobre a ancestralidade de Hitler e sugere que são necessárias mais investigações para o comprovar.
ZAP // Sputnik News