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Afinal, Mário Centeno continua na corrida ao FMI. Só não vai a votos

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Miguel A. Lopes / Lusa

O ministro das Finanças, Mário Centeno

O presidente do Eurogrupo e ministro das Finanças português, Mário Centeno, desistiu esta quinta-feira de concorrer à eleição para candidato europeu à liderança do Fundo Monetário Internacional (FMI), justificando a decisão com a tentativa de alcançar um consenso comunitário.

“Ao encontrar um candidato para dirigir o FMI, como em outras decisões da União Europeia [UE], devemos lutar por uma posição comum. Quero ajudar a encontrar esse consenso e, por isso, não participarei nesta etapa do processo”, informa Mário Centeno numa publicação feita através da rede social Twitter, numa alusão à eleição de sexta-feira.

Ainda assim, o responsável garante permanecer “disponível para trabalhar em direção a uma solução que seja aceitável para todos”, pode ler-se na mesma publicação.

https://twitter.com/mariofcenteno/status/1157003350937935872

A informação foi confirmada à agência Lusa por fonte do Ministério das Finanças, que reforçou que Mário Centeno não apresenta, assim, candidatura à votação de sexta-feira, quando os líderes da UE são chamados a escolher um candidato comunitário ao FMI.

Já fonte ligada ao processo especificou à Lusa que Mário Centeno retirou, assim, o seu nome para a votação de sexta-feira, “deixando de ser uma opção”, mas não deixa “de estar disponível como hipótese de consenso numa fase posterior do processo”.

“É uma forma de não alimentar uma divisão [dentro da União Europeia], mas está disponível para uma solução de confiança” caso a votação de sexta-feira não tenha frutos, adiantou a mesma fonte à Lusa.

Na prática, explica o Diário de Notícias, Mário Centeno decide não ir a votos esta sexta-feira, naquela que é uma primeira ronda de votações. No entanto, se não for encontrado um consenso na votação desta quinta-feira, o atual ministro das Finanças português admite reentrar na corrida num momento posterior, se os seus pares europeus entenderem que é a solução para o consenso, aponta o jornal Eco.

Por esse mesmo motivo, explicou fonte das Finanças ao jornal Observador, “não está em causa uma desistência”. A votação, normalmente consensual, vai desta vez ser feita através de uma votação por maioria qualificada, precisa ainda o jornal Público.

Mário Centeno tomou esta decisão pois “entende que a votação não contribui para um consenso”, escreve ainda o Observador. Em igual sentido, frisa a TSF que o governante português considera que a votação vai dividir ainda mais os estados-membros, acreditando ser muito difícil atingir a maioria qualificada de 65%. Por isso, avança ainda a rádio, preferiu não participar numa votação onde ficaria com uma ‘marca’ de derrotado.

Com a retirada do nome do ministro das Finanças, continuam quatro candidatos na corrida: o holandês Jeroen Dijsselbloem, o governador do banco central finlandês, Olli Rehn, a búlgara Kristalina Georgieva, atual número dois do Banco Mundial, e a ministra das Finanças espanhola, Nadia Calvino.

Está previsto que da discussão de sexta-feira de manhã saia um nome para candidato da União Europeia ao FMI, tendo já o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, admitido que serão feitas “várias votações, se necessário”, para chegar a um compromisso entre os 28 Estados-membros.

Christine Lagarde, que ocupa o cargo desde 2011, deixa funções a 12 de setembro para presidir ao Banco Central Europeu. Desde a sua criação em 1944, o Fundo Monetário Internacional foi sempre liderado por um europeu, enquanto a liderança do Banco Mundial é ocupada por um norte-americano.

ZAP // Lusa

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2 Comments

  1. tipico deste governo! o que parece não é e o que é não parece!
    é como os numeros que estes politicos apresentam, o defice é 0 e é só maravilhas mas a divida publica é 123% do PIB!

  2. Treta! Não continua nada. Contra estes candidatos ele apenas é um aprendiz. Não tem unhas para isto. Fugiu logo de concorrer. Ele só por aqui é que vai andando, e mesmo assim, a dar cabo do país. O défice real que ele cavou, é de tal ordem, que Portugal nem em 8 anos vai recuperar da miséria dos serviços públicos que estão de pantanas, e não só.

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