Marcelo lamenta morte da pianista Helena Matos que dedicou a “vida inteira à música”

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O Presidente da República lamentou esta quinta-feira a morte da pianista Helena Matos, aos 100 anos, “depois de uma vida longa e distinta, inteiramente dedicada à música”.

A artista distinguida com a Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura, em 2017, Helena Matos morreu, na noite de terça-feira, em sua casa, em Lisboa, disse à Lusa fonte da família.

“À família de Helena Matos apresento as minhas sentidas condolências, exprimindo o meu reconhecimento por uma vida inteira dedicada à música”, afirma Marcelo Rebelo de Sousa, num comunicado publicado hoje no site da Presidência.

A artista, com “uma carreira de sete décadas como pianista de concerto“, especializou-se “no repertório romântico e moderno, mas também se mostrou atenta à música portuguesa contemporânea”, recorda o presidente.

Helena Matos destacou-se em concerto, no país e no estrangeiro, fez parte de júris de música, trabalhou com a Orquestra Gulbenkian e as antigas orquestras do Teatro Nacional de São Carlos e da Radiodifusão Portuguesa, atuou com intérpretes como os violinistas Vasco Barbosa, Lídia de Carvalho, Jack Glattzer, Christa Rupper e Leonor Prado, com a violoncelista Madalena Sá e Costa, assim como com o tenor Fernando Serafim, com quem gravou o seu derradeiro álbum, “Entrega”, publicado em 2017.

Maria Helena Leite de Matos da Silva entrou no Conservatório Nacional, com 11 anos, onde viria a lecionar durante toda a carreira. Teve como alunos músicos como os pianistas Jorge Moyano e Adriano Jordão, e musicólogos como Manuela Toscano e Rui Vieira Nery.

Distinguiu-se em particular na interpretação dos repertórios romântico e do século XX, incluindo obras de compositores como Chopin, Anton Webern e Sergei Profokiev nos seus recitais, e também na divulgação da música erudita portuguesa, com composições de criadores como Armando José Fernandes, Fernando Lopes-Graça e Filipe Pires.

Deste compositor estreou “Seis Epígrafes”, ciclo de canções sobre poemas de Natália Correia, com a meio-soprano Dulce Cabrita.

Helena Matos foi distinguida, em 1948, com um prémio nacional de interpretação, e recebeu igualmente o Prémio da Juventude Musical do Porto, em 1954, e o Prémio Luiz Costa, em 1962.

Em 2017, o Ministério da Cultura atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Cultural, num reconhecimento da sua carreira como intérprete e pedagoga.

A família da pianista informou que a missa de corpo presente de Helena Matos será celebrada hoje, às 14:00, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, na Avenida de Berna, em Lisboa, partindo o funeral às 15:00, para o Cemitério de Benfica.

// Lusa

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