Quase 400 anos depois da morte de Miguel de Cervantes Saavedra, começam esta segunda-feira as buscas dos seus restos mortais no Convento das Trinitarias de Madrid, onde se acredita que foi enterrado cumprindo o seu desejo.
Um grupo de investigadores começa hoje uma análise dos possíveis locais onde possam estar depositados os restos mortais do escritor, recolhendo amostras que permitam realizar os testes necessários.
Depois de processar toda a informação com um Radar de Penetração no Solo, será possível no mês seguinte obter uma “imagem tridimensional absolutamente completa de todo o edifício”, explicou o antropólogo forense Francisco Etxeberría.
Com a primeira fase concluída e com resultados positivos, a segunda fase passará por extrair os restos mortais do escritor, ação que estará a cargo da equipa liderada por Francisco Etxeberría.
Uma vez recolhidos os restos mortais, a última fase passará por identificar os mesmos através de características conhecidas, tais como as lesões que o escritor sofreu na Batalha de Lepanto, em 1571 – dois tiros no peito e um na mão esquerda. “Cervantes descrevia-se como tendo um nariz curvo e uma corcunda, ou seja, sofria de artrose. Mais, ele dizia que tinha apenas seis dentes. Temos que acrescentar isto ao que toda a gente sabe: a mão esquerda magoada”, explica Etxeberría.
A primeira tentativa de localizar os restos mortais do escritor começa logo pela manhã no convento atualmente habitado por freiras.
ZAP / Lusa