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Morreu mais uma vítima colateral dos atentados de 11 de setembro

Um antigo detetive norte-americano, Luis Alvarez, que integrou as equipas de socorro nos escombros dos atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque, morreu este sábado aos 53 anos vítima de cancro.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, Luis Alvarez morreu em consequência das poeiras químicas e substâncias tóxicas que inalou nos escombros das Torres Gémeas enquanto procurava vítimas dos atentados. Alvarez foi diagnosticado com cancro colorretal em 2016 e culpou a doença nos três meses passados nos escombros do World Trade Center após os ataques em 2001.

O detetive, que estava reformado da polícia de Nova Iorque, era ainda um dos rostos de uma comissão, juntamente com o antigo apresentador de televisão Jon Stewart, que há duas semanas esteve no congresso norte-americano a defender mais fundos de compensação para todos os que, civis ou oficiais, se tornaram socorristas em resposta aos atentados.

“Fomos ao Ground Zero, ao Pentágono e a Shanksville para ajudar as pessoas primeiro e depois ajudar as suas famílias a enterrar alguém”, disse Alvarez ao comité judiciário da Câmara numa audiência que gerou atenção nacional. “Fizeram-me vir aqui na véspera da minha 69ª rodada de quimioterapia e eu vou certificar-se de que nunca se esquecem de cuidar dos socorristas do 11 de setembro”. Alvarez entrou nos cuidados paliativos pouco depois.

Mais de 20 mil pessoas que permaneceram no local dos atentados, como bombeiros, polícias, equipas de emergência médica e civis, sofre de problemas respiratórios, digestivos e vários tipos de cancro, em particular do pulmão.

Na altura, as autoridades norte-americanos estipularam um fundo de compensação de sete mil milhões de dólares, um valor insuficiente perante o número de queixas que foram surgiram. A comissão, encabeçada por Luis Alvarez, exige do congresso uma garantia de apoio àquelas pessoas durante os próximos 70 anos.

Na intervenção a 11 de junho numa comissão judicial do congresso norte-americano, Jon Stewart deixou duras críticas à classe política por não se ter interessado por aquelas equipas de socorro. “Este fundo não é um bilhete para o paraíso, é para providenciar apoio às nossas famílias”, disse Luis Alvarez na mesma sessão.

Perante estas declarações, os membros da comissão judicial aprovaram um projeto de lei de que se aguarda discussão em agosto na câmara baixa do congresso.

ZAP // Lusa

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