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“Não vamos pagar nada!”. A ameaça de Boris Johnson, ou um bom lubrificante

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BackBoris2012 / Flickr

O ex-mayor de Londres e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Boris Johnson

O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros diz que caso seja o sucessor de Theresa May na chefia do Governo, não pagará a fatura de saída acordada com a UE até que sejam concedidas melhores condições ao Reino Unido.

O ex-MNE britânico Boris Johnson disse este domingo que se for escolhido para suceder a Theresa May na chefia do Governo, não pagará a fatura de saída acordada com a UE até que Bruxelas conceda melhores condições para o Reino Unido.

A ameaça de Boris Johnson, o favorito para suceder a Theresa May na liderança dos conservadores, vem expressa numa entrevista na edição deste domingo do jornal britânico The Sunday Times.

“Creio que os nossos amigos e parceiros devem entender que o dinheiro vai ficar retido até que haja maior clareza no caminho a seguir“, frisou Johnson na sua primeira entrevista desde que anunciou a candidatura para liderar o Partido Conservador.

Para conseguir um bom acordo, o dinheiro é um grande lubrificante“, acrescentou o político ‘tory’, advertindo ao mesmo tempo que o Reino Unido deve se preparar para a possibilidade de deixar a UE sem um pacto no dia 31 de outubro, data limite fixada por Bruxelas para ratificar os termos de saída acordados.

A “fatura do Brexit” é o valor que o Governo britânico se comprometeu a pagar quando deixar a UE em termos de responsabilidades adquiridas, incluindo as reformas de funcionários britânicos que trabalharam no bloco da UE. Londres e Bruxelas estimaram em dezembro que esse montante é de cerca de 40 mil milhões de euros.

Johnson começou com vantagem no processo das primárias conservadoras, que se iniciaram oficialmente na segunda-feira e cujo vencedor herdará o número 10 da Downing Street, residência oficial do primeiro-ministro britânico, no final de julho.

“Sinto uma responsabilidade pessoal real, porque eu ajudei a produzir aquele resultado do referendo e todos os dias penso no que devemos fazer para tirar o melhor proveito dessa oportunidade”, disse Johnson.

O ex-autarca de Londres é o candidato preferido por 43% dos conservadores, enquanto o seu rival mais próximo, o ministro do Meio Ambiente, Michael Gove, obteria 12% do apoio dos militantes, de acordo com uma pesquisa de intenção de voto publicada pelo influente blogue conservador ConservativeHome.

ZAP // Lusa

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20 Comments

  1. Os Ingleses não sabem o que querem e a UE tem sido branda com esta saída. Pois que saiam uma vez que não sabem manter-se nesta união, mas provavelmente irão faltar argumentos para manter a sua assim que alguém quiser sair (Escócia, Irlanda do Norte, País de Gales). Fraca política made in england.

  2. Sem stresses. Não paguem. O que eles se esquecem é que 40/50 mil milhões de euros são trocos para a UE (só para termo de comparação, há 4 ou 5 anos, em Colónia foi cancelada, devido à pressão popular, a construção de uma nova estação ferroviária orçada em 30 mil milhões).

    No entanto, o acesso ao mercado comum é vital para eles. Num mundo cada vez mais aberto políticas proteccionistas e de fechamento como as dos EUA e RU, que serão apenas temporária e condicionadas aos ciclos eleitorais, são um suicídio ao qual já assistimos em Portugal. O proteccionismo leva à perda de competitividade e quando houver novo ciclo de abertura serão arrasados.

    No caso do Reino Unido, acresce ainda a desagregação, como alguém já referiu (com a Escócia e a Irlanda do Norte à cabeça – para já o País de Gales não dá sinais de querer sair do RU e vejam-se os resultados do referendo) e a perda da City bem como os milhões de milhões que por lá passam e por lá se lavam.

    Um bom exemplo disso mesmo é a quantidade de empresas que, à cautela, transferiram as respectivas sedes para fora da Catalunha. Agora é tudo uma questão de extrapolarmos para a realidade inglesa e facilmente concluíremos que a pobreza e o declínio serão o futuro por lá…

    Até porque, depois de saírem jamais re-entrarão. Primeiro porque a UE deixará de ter dentro de si o Cavalo de Tróia, que desde há décadas vem impedindo um avanço significativo na integração e avançará na direcção de uma integração plena, mesmo que lenta (a estratégia dos pequenos passos preconizada por Jean Monet), afastando-se cada vez mais da mera zona de comércio livre que corresponde à visão inglesa. Depois, porque se já lhes foi difícil entrar da primeira vez (a adesão foi vetada por duas vezes na década de 1960), saindo dificilmente conseguirão unanimidade para voltar a entrar.

    Portanto, é deixá-los não pagar, desde que cumpram com o prometido e saiam de uma vez… Auf wiedersehen, dirão os boches!!!

    • Vamos ver se não surgem mais Inglaterras. A ver vamos. O seu comentário apenas relata o óbvio e não compreende que o mundo não é um local imutável. Os tempos mudam e o mundo está em forte processo de transformação caso ainda não tenha dado por isso. Daqui a 50 anos não vai conhecer o mundo. As próprias sociedades estarão totalmente transformadas assim como a relação do homem com o trabalho. Veja os avanços da indústria 4.0, a este exemplo.

      • Veremos de facto.
        O mundo não é imutável, como bem refere. Mas, a tendência das sociedades abertas é a agregação e aglutinação em grandes blocos e não a desagregação. Nesse aspecto, vai desculpar-me, mas é você que está um pouco confuso e revela algum desconhecimento das coisas, limitando-se a repetir os mesmos sound bites que ouviu balguma conferência de pseudo profetas da tecnologia…

        • Uma vez mais anda enganado e apenas aparenta perceber os problemas pela rama. Os problemas não são tão simples como os pretende demonstrar. São bem mais complexos e os tabuleiros mudam depressa. Não se esqueça que os maiores inimigos na segunda guerra mundial são agora os maiores aliados. Também isto parece não o amigo não compreender. Espere para ver e verá que daqui a 10 anos a Inglaterra não estará sozinha. E também lhe digo que nunca viveu seguramente noutros países europeus. Se o tivesse feito conheceria por dentro as suas culturas e compreenderia o que lhe tento explicar.

          • Meu caro, já vi que não vale a pena perder tempo consigo. É óbvio que os problemas da UE não se resumem ao Brexit, à pressão migratória do norte de África, ou sequer ao falhanço do alargamento a Leste.
            Os problemas que refere não são exclusivos da Escandinávia. São igualmente notórios nos Países Baixos, França, Alemanha, Bélgica e Reino Unido. Aliás uma das questões do Brexit é justamente a da soberania e controlo de fronteiras.
            Apenas o óbvio é o que refere da recessão que está já aí. Não é por acaso que o BCE mantém os juros ao nível que estão. O problema é que a Europa (leia-se países da Zona Euro) estão hoje muito mais endividados do que em 2008…
            Em todo o caso, o sr. arrogantemente pensa que é o único que conhece História, política, relações internacionais. E pensa também que é o único que já viu mundo, que já conheceu outros países e culturas…
            Enfim, presunção, vistas curtas e ignorância. Muita!

      • Mais Inglaterra’s?!
        Isso nem lá é assim tão certo, quanto mais…
        Como já se percebeu, a maioria dos britânicos é contra o Brexit e, mesmo muitos dos que votaram a favor, foram enganados/manipulados por “artistas” como este Boris!…
        Daí este impasse…

        • Os tempos mudam e o mau tempo está a chegar. Só não vê quem não quer.
          Vamos entrar num novo período de recessão. E que deverá ser longo. Os sinais começam a abundar por todo o lado (diminuição de encomendas no oriente, crescimento económico global mais lento, grandes economias europeia atoladas,…)
          Com o surgimento deste novo período de crise os movimentos nacionalistas vão ganhar força. Muitas das comunidades imigrantes que chegaram à Europa vão para o desemprego. E o discurso posterior é fácil (vêm para os subsídios, é só crime,…). Esperem para ver o que vai suceder nos países nórdicos e daqui a 4 ou 5 anos voltem aqui a comentar. Para sentir isto basta viver (e eu vivi na Suécia durante 4 anos e mais 2 na Dinamarca) nestas comunidades. Pode não ser daqui a 4 ou 5 anos mas mais tarde ou mais cedo muitos dos países nórdicos acompanharão a inglaterra.

          • Sim, só não percebo o que isso tem a ver com o Brexit, ou em que medida as economias mordicas estarão melhor fora da UE do que dentro quando isso acontecer!…

  3. “não pagará a fatura de saída acordada com a UE até que sejam concedidas melhores condições ao Reino Unido.” – Se realmente esta frase pertence ao ex- ministro dos negócios estrangeiros do Reino Unido, é uma quebra de acordo, alem disso demonstra ser pessoal de má índole….cuidado com gente assim…

  4. “Estou a marimbar-me que nos chamem irresponsáveis. Temos uma bomba atómica que podemos usar na cara dos alemães e franceses. Essa bomba atómica é simplesmente não pagarmos. Ou os senhores se põem finos ou nós não pagamos. Se não pagarmos a dívida e se lhes dissermos, as pernas dos banqueiros alemães até tremem.” frases de Pedro Nuno Santos, apontado como candidato a Primeiro-Ministro.
    Resultado: Pagou tudo, de fininho. O Engenheiro dos amigos que emprestam 32 milhões em envelopes e mansão em Paris continua a passear e a filosofar

  5. A Suécia unir-se a Inglaterra? Só se quiserem comer fastfood o resto da vida. Este Boris dava a madeira a sra. May, mas a May queimou-se e fez doidoi e chorou, muita pressão acomulada, tristes personagens da política acharem que a paneleirice inglesa triunfa sobre uma casa grande, mas tão enganados, o Boris que use esse arame que diz não pagar, para investir no que lhes falta, que neste caso é alimento, e antes de vir a fome vem a escasso orgulho um palito para tirar a trampa dos dentes. O mundo irá continuar a girar isso é certíssimo.

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