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Gestores de topo da TAP também queriam bónus. Prémio de 400 mil euros ao CEO foi chumbado

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A polémica da atribuição de prémios na TAP, num ano em que a companhia de aviação teve um prejuízo de 118 milhões de euros, ganha força com a informação de que estava previsto pagar também bónus aos gestores de topo da empresa. Para o CEO previa-se um bónus de 400 mil euros que foi chumbado.

Além dos prémios de 1,171 milhões de euros que a TAP pagou a quadros de topo da empresa, estava previsto pagar bónus à própria Comissão Executiva da companhia que é liderada pelo CEO Antonoaldo Neves.

O Expresso apurou que esta proposta inicial “não foi feita pela Comissão de Vencimentos” e que foi “apresentada na reunião do Conselho de Administração a 21 de Março deste ano”.

Nessa proposta, sugeria-se um bónus de 400 mil euros para Antonoaldo Neves, mas os “representantes do Estado no Conselho de Administração vetaram o bónus a todos os administradores”, segundo avança o Sol na sua edição impressa.

O Estado é representado na TAP por Miguel Frasquilho, presidente do Conselho de Administração, e por Diogo Lacerda Machado, através da Parpública, além de outros administradores.

Os executivos da empresa “fintaram” a administração para aprovarem os bónus a altos quadros da empresa, adianta ainda o Sol.

Já o Expresso refere que os “administradores nomeados pelo Governo deram aval a bónus de trabalhadores, mas foram surpreendidos pelos montantes e dimensão“. Os representantes do Estado só terão aprovado o pagamento de bónus a funcionários com altos cargos e com contratos individuais que continham cláusulas de atribuição obrigatória. Isto porque seria mais prejudicial para a TAP pagar eventuais indemnizações por desrespeito desses contratos.

Entre os premiados estão Abílio Martins, do Conselho de Administração, e Elton D’Souza, da rede de gestão de receita, que receberam bónus de 110 mil euros cada um. A mulher do presidente da Câmara de Lisboa, Stéphanie Silva, que trabalha no gabinete jurídico da TAP, recebeu um bónus de cerca de 18 mil euros.

O Conselho de Administração da TAP fala de “uma decisão unilateral de atribuição de prémios a um conjunto de trabalhadores, sem a devida obrigação contratual”, frisando que não se revê “no procedimento adoptado”.

Já a Comissão executiva da TAP assegura que informou o Conselho de Administração sobre prémios.

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, esteve reunido na sexta-feira com os administradores da TAP, mas o encontro terminou “sem grandes avanços”, segundo apurou o Correio da Manhã.

O que fica claro é que o Estado pretende rever o modelo de atribuição dos prémios na companhia de aviação, conforme comunicado dos administradores divulgado pela Lusa. O modelo deve incluir o “conhecimento prévio do Conselho de Administração da TAP SGPS S.A. deste tipo de decisões e pela consideração das posições emanadas no Conselho de Administração pelos respectivos membros”, consideram.

ZAP // Lusa

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17 Comments

  1. É tudo a saque… que vergonha termos de assistir a este roubo desavergonhado…todos os dias…e nós impávidos! Quem autoriza a realização de tais contratos milionários onde a empresa é detida a 50% pelo estado…e ninguém sabia de nada … enfim….e vamos chegar ao fim e nada se vai passar!

  2. Empresa privada quando dá prejuízo pede a insolvência. Compreendo que as empresas publicas tenham como uma das funções empregar políticos e amigos, mas, não exagerem.

    • Mais uma vez, a TAP é uma empresa PRIVADA!
      .
      “Empresa privada quando dá prejuízo pede a insolvência.”
      Pede? Em que planeta?!
      “Banco de Portugal: quatro em cada dez empresas tiveram prejuízos em 2017”
      dinheirovivo.pt/economia/banco-portugal-quatro-dez-empresas-tiveram-prejuizos-2017/

        • Por acaso é!!!
          Para ser uma empresa pública, o Estado teria que ter mais do que os 50%!
          .
          “A TAP é detida a 50% pelo Estado português, através da Parpública — mas, por não ultrapassar os 50%, a TAP não pertence ao setor público empresarial do Estado.”
          observador.pt/2019/06/06/governo-convoca-os-seus-representantes-na-tap-para-reuniao-de-emergencia/amp/
          .
          “O Estado não tem poderes executivos na companhia. Quando se deu o processo de reversão da privatização, o Estado ficou com 50% das ações, mas apenas 5% do poder, o que significa que a gestão é praticamente toda do consórcio privado de acionistas a quem cabe a gestão corrente da companhia, nomeadamente no que aos prémios diz respeito, uma vez que não se trata de uma questão estratégica.”
          jn.pt/economia/interior/amp/governo-abre-guerra-com-a-comissao-executiva-da-tap-10987216.html

  3. Afinal, a geringonça sabia dos prémios. Só não sabia dos valores. Mas quando forem à casa de banho tenho a certeza que vêm dizer que também sabiam dos montantes e muito mais. Isto é tudo encenação para enganar o Zé Pagante e o Zé Votante!!

  4. Então o Costa quis desesperadamente a TAP no Estado, para acontecer este escândalo ? Se ela fosse totalmente privada, hoje seria o fim do mundo, perante tamanha vigarice, sobretudo para aqueles que defendiam a sua nacionalização. Sendo semi-estatal e resultante de um forcing político, este “assalto” representa forte apreensão para os políticos que, começaram já o seu momento do contorcionismo, na procura duma justificação. Até os os fervorosos instigadores da estatização da empresa estarão em sobressalto. Eu nunca vi que uma empresa com mais de cem milhões de prejuízo, premiasse os seus funcionários com mais de um milhão de euros. Como o prejuízo é premiado, poderá inferir-se que amanhã quanto mais prejuízo mais prémio. Este país anda lindo !

  5. O Estado tem de vender rapidamente a sua parte nessa empresa sem fundo. A TAP tem desde a sua fundação, tal como as antigas EDP e PT, uma ética corrupta e de compadrio. E isso nunca vai melhorar. Livrem-se desse Titanic!

    • Ao contrário da TAP, a EDP e a PT nunca deram prejuízo.
      E, não adianta vender a TAP, porque a dívida fica sempre para o Estado!…

      • Não davam prejuízo porque burlavam o cliente/contribuinte para dar prémios milionários aos accionistas. Lembre-se de que a PT foi vendida à Altice depois do prejuízo enorme que deu a aventura no Brasil e a cumplicidade com os esquemas de corrupção do BES. Se o Estado vender a sua participação na TAP não tem nada a ver com a dívida dessa empresa. Eu não sou dos que defendem a privatização a todo o custo. Não quero é pagar a corruptos, sejam eles do público ou do privado.

        • Referia-me à EDP e PT públicas, com todo o capital na mão do Estado.
          Quando há accionistas privados, já se sabe o que eles querem – basta olhar para o quem tem acontecido nos CTT, que estão a ser delapidados pelos accionistas, que, no ano passado levaram mais de 200% em dividendos!!
          Sim, distribuíram o DOBRO do que receberam!…
          Estás-se mesmo a ver como isso vai acabar!…
          “CTT confirmam dividendo e entregam aos accionistas o dobro dos lucros obtidos”
          jornaldenegocios.pt/empresas/amp/ctt-confirmam-dividendo-e-entregam-aos-accionistas-o-dobro-dos-lucros-obtidos
          .
          Sim… o problema é que o Passos vendeu a maioria da TAP, mas o Estado ficou com todo o risco/dívida!!
          Daí, como o Estado ficou com todo o risco/dívida, este governo decidiu aumentar a sua participação para 50% do capital.

      • Não faz sentido nenhum o Estado ter (parte ou totalidade) uma companhia aérea de passageiros ou uma empresa de telecomunicações. Não são bens essenciais como a saúde, o ensino, a electricidade e a água. E mesmo nos sectores da água e da electricidade o essencial é que tenha a posse e a gestão das infraestruturas, podendo concessionar os serviços.

  6. Por acaso é!!!
    Para ser uma empresa pública, o Estado teria que ter mais do que os 50%!
    .
    “A TAP é detida a 50% pelo Estado português, através da Parpública — mas, por não ultrapassar os 50%, a TAP não pertence ao setor público empresarial do Estado.”
    observador.pt/2019/06/06/governo-convoca-os-seus-representantes-na-tap-para-reuniao-de-emergencia/amp/
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    “O Estado não tem poderes executivos na companhia. Quando se deu o processo de reversão da privatização, o Estado ficou com 50% das ações, mas apenas 5% do poder, o que significa que a gestão é praticamente toda do consórcio privado de acionistas a quem cabe a gestão corrente da companhia, nomeadamente no que aos prémios diz respeito, uma vez que não se trata de uma questão estratégica.”
    jn.pt/economia/interior/amp/governo-abre-guerra-com-a-comissao-executiva-da-tap-10987216.html

  7. O valor é grande mas na notícia está mal escrito.. “…prémios de 1171 milhões de euros…” devia passar a “…prémios de 1,171 milhões de euros…”, isto é, o prémio é de cerca de 1 milhão e não de cerca de 1.000 milhões…

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