A curta-metragem “A caça revoluções”, de Margarida Rêgo, foi seleccionada para a Quinzena dos Realizadores, que decorrerá em Maio, em paralelo ao Festival de Cinema de Cannes, em França, foi hoje anunciado.
“A caça revoluções”, animação experimental sobre fotografia, é o primeiro filme de Margarida Rêgo e tem como mote a revolução de Abril de 1974, a partir de uma fotografia tirada na época.
A autora “tenta entrar nessa fotografia à procura de um país, como quem quer entrar dentro de um tempo em que não viveu e perceber o que significa fazer parte de uma revolução ou o que significa lutar por um país”, lê-se na sinopse.
“Ela pensou que poderia agarrar a liberdade se a caçasse”, nos comícios, nas canções, nos poemas, diz Margarida Rêgo, narradora desta curta-metragem, que inclui ainda sons de manifestações, ‘vivas pela revolução e uma descrição dos acontecimentos pelo jornalista Adelino Gomes, há quarenta anos.
O filme é dedicado “a todas as pessoas que acreditam que um país diferente é possível”, lê-se no final de “A caça revoluções”.
A curta-metragem é co-produzida pelo Royal College of Art, onde Margarida Rêgo (1986, Lisboa) está a ter formação em comunicação visual.
Antes de ser exibido em maio na Quinzena de Realizadores, o filme integrará a competição de curtas-metragens do festival IndieLisboa, que começa na quinta-feira.
A Quinzena dos Realizadores, que decorrerá de 15 a 25 de maio, foi criada pela Sociedade dos Realizadores de Cinema pouco depois do maio de 1968, com o objectivo “de descobrir filmes de jovens autores e de reconhecer a obra de realizadores conhecidos”.
Além de “A caça revoluções”, a secção de curtas-metragens da Quinzena de Realizadores contará com o filme brasileiro “Sem coração”, de Tião e Nara Normande.
A secção de longas-metragens contará com filmes de Fredrick Wiseman, Bruno Dumont, Tobe Hooper ou John Boorman.
A organização da Quinzena de Realizadores irá atribuir o prémio “Le Carrosse D’Or”, a título póstumo, ao realizador Alain Resnais, falecido em Março passado.
/Lusa