O novo presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, anunciou esta segunda-feira a dissolução do Parlamento, durante o discurso de investidura, antecipando as eleições legislativas.
“Eu dissolvo o Parlamento”, declarou o novo chefe de Estado perante os deputados e representantes das delegações internacionais reunidos no hemiciclo.
O Parlamento ucraniano é maioritariamente hostil ao novo Presidente, que provoca eleições legislativas antecipadas apesar de algumas incertezas jurídicas sobre a realização da votação que já estava agendada para o mês de outubro.
A decisão foi tomada no dia em que tomou posse, um discurso em que Zelenzky adiantou que a sua “primeira prioridade” é conseguir um cessar-fogo em Donbas, na zona leste do país — e diz estar disposto a tomar “decisões difíceis” para conseguir esse objetivo. “Estou disposto a perder a minha popularidade e, se for preciso, o meu cargo” para conseguir esse objetivo.
“Nós não começámos esta guerra, mas vamos ter de ser nós a terminá-la”, afirmou o novo presidente ucraniano, dizendo-se “pronto para o diálogo” e “convencido de que a abertura deste diálogo assegurará o regresso de todos os prisioneiros ucranianos”. O confronto com separatistas russos na fronteira leste, que dura há cinco anos, já terá levado à morte de 13 mil pessoas.
Volodymyr Zelensky venceu as eleições. Entrou na política na passagem de ano de 2018 para 2019, quando anunciou a candidatura para ser o novo líder da Ucrânia. Até então, todo o seu sucesso vinha das comédias e dos programas humorísticos que fazia, o que fez com que o Ocidente reagisse de forma agridoce à vitória.
A questão russa é um dos pontos mais importantes do mandato do novo Presidente: dialogar com o Kremlin, mas nunca ceder. O conflito com os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia já dura mais de cinco anos e é responsável pela morte de mais de 13 mil pessoas.
A corrupção endémica que ficou por resolver é outro e a crise financeira que deixou milhares de pessoas praticamente na miséria é o terceiro e igualmente importante. São três problemas com os quais Zelensky vai ter que lidar.
Zelensky é visto pelos meios de comunicação ucranianos com algumas reservas, mas a população olha-o como uma última esperança de mudança.
ZAP // Lusa