O Freewinds, uma embarcação de 134 metros, é propriedade da Igreja Americana da Cientologia e encontra-se ancorado no porto da cidade de Castries com cerca de 300 passageiros impedidos de sair.
A médica-chefe, Merlene Fredericks James, confirmou o caso de sarampo a bordo e explicou que considerou prudente colocar o navio em quarentena. Num vídeo publicado no Youtube, escreve a Newsweek, a médica justifica a medida com o facto de o sarampo ser uma doença altamente infeciosa.
“Um pessoa infetada consegue facilmente infetar os outros através da tosse, espirros, gotículas espalhadas em várias superfícies, etc. Portanto, por causa do risco de uma possível infeção, não apenas pelo caso de sarampo confirmado, mas pelas outras pessoas que possam ter estado no barco na mesma altura, achámos prudente tomar a decisão de não autorizar o desembarque,” disse.
Fredericks James destacou ainda o elevado estado de propagação da doença nos EUA, onde no último ano 700 pessoas já foram infetadas com o vírus do sarampo, o número mais elevado de casos dos últimos 25 anos. As autoridades de Sta. Lúcia não podem, no entanto, impedir o navio de partir.
De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças, a maioria das vítimas foram crianças não vacinadas e a epidemia já afetou 22 estados americanos. Segundo o Hollywood Reporter, um grande número de pessoas que recusam vacinar-se ou vacinar os filhos pertencem à Cientologia.
Contudo, numa entrevista ao site Beliefnet, John Carmichael, líder da igreja, garante que não impõe regras quanto à vacinação, acrescentando que os cientologistas tomam as suas próprias decisões sem que a igreja os tente influenciar, mas que são pessoas com “tendência a fazer mais pesquisas sobre os efeitos dos diferentes procedimentos médicos.”
Segundo o site da Igreja de Cientologia, o cruzeiro trata-se de um “local muito especial”, um retiro religioso, o pináculo da jornada espiritual de um crente em Ciêntologia e “proporciona a completa concretização da imortalidade.”