Mais uma gafe. Ministro japonês dos Jogos Olímpicos demite-se

O ministro olímpico japonês, Yoshitaka Sakurada, renunciou ao cargo esta quarta-feira, 18 meses antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio, na sequência de comentários considerados ofensivos pela população afetada pelo sismo e tsunami de 2011.

Yoshitaka Sakurada, ministro olímpico japonês, disse que apoiar o deputado do partido no poder na região atingida pelo tsunami e sismo de 2011 era “mais importante do que a recuperação da região”. Depois de várias gafes, sendo esta última sobre os esforços de recuperação da região de Tohoku, Sakurada renunciou ao cargo.

“O ministro Sakurada apresentou a demissão após comentários que feriram os sentimentos da comunidade afetada pelo desastre”, disse à imprensa o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, declarando-se responsável por ter nomeado aquele governante.

De acordo com a emissora japonesa NHK, o ministro afirmou, num evento, que a nomeação da deputada Hinako Takahashi, do Partido Liberal Democrata, no poder, era mais importante do que a reconstrução da região devastada pelo desastre.

A frase foi referida durante um evento de angariação de fundos, esta quarta-feira.

Em fevereiro, Sakurada foi alvo de críticas depois de se mostrar “dececionado” com o diagnóstico de leucemia da nadadora japonesa Rikako Ikee, sugerindo que tal diminuiria o seu entusiasmo pelos Jogos Olímpicos.

Além disso, no ano passado, gerou uma onde de choque no parlamento ao admitir que nunca utilizou um computador, numa altura em que era responsável pela pasta da cibersegurança.

Yoshitaka Sakurada, cuja saída do Governo era há muito exigida pela oposição, foi substituído pelo antecessor, Shunichi Suzuki.

Esta não é a primeira vez que um ministro nipónico se demite na sequência de comentários considerados ofensivos sobre o sismo e tsunami de março de 2011, que causou mais de 18 mil mortos e desencadeou a crise nuclear de Fukushima.

Em abril de 2017, o então ministro da Reconstrução japonês, Masahiro Imamura, disse ter sido uma sorte que o desastre tenha atingido o nordeste do país em vez da área metropolitana de Tóquio. Demitiu-se um dia depois.

Aproximadamente 52 mil pessoas continuam ainda deslocadas devido àquele que foi o segundo pior acidente nuclear na História, a seguir ao desastre de Chernobil, na Ucrânia, em 1986.

A preparação para os Jogos Olímpicos de 2020 tem sido marcada por vários episódios: o projeto do estádio foi alterado por razões orçamentais, um logótipo acusado de plágio teve de ser retirado e, mais recentemente, o presidente do Comité Olímpico Japonês, Tsunekazu Takeda, decidiu retirar-se, na sequência de uma investigação por corrupção em França.

ZAP // Lusa

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