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“Swatting”. Chamada de emergência falsa vale pena de 20 anos de prisão

Georgi Licovski / EPA

Tyler Barriss foi condenado, nos Estados Unidos, a uma pena de 20 anos de prisão. na origem do caso está uma chamada de emergência falsa, que se tornou uma tragédia.

Tyler Barriss, um norte-americano de 26 anos, foi condenado a 20 anos de prisão por fazer chamadas falsas para o número de emergência dos Estados Unidos (911, o equivalente ao 112 na Europa). Uma dessas chamadas teve um fina trágico: levou um polícia a matar um homem.

A chamada foi realizada na sequência de uma aposta entre Barriss e outro utilizador, enquanto jogavam online Call of Duty, um videojogo que tem como cenário a II Guerra Mundial.

O jovem em causa já se tinha declarado culpado de um total de 51 acusações relacionadas com ameaças e chamadas falsas em novembro do ano passado. Bariss aceitou o acordo judicial que lhe atribuía uma pena de prisão de 20 anos, muito acima dos dez anos habituais neste tipo de crimes.

Segundo o Ars Technica, esta é a pena mais dura alguma vez aplicada na sequência de um caso “swatting” – uma prática em que alguém relata uma emergência falsa num determinado endereço para que a equipa de SWAT (força especial de intervenção) se desloque ao local, com o objetivo de perturbar e atingir a pessoa que vive nessa casa.

No caso de Bariss, tudo começou no dia 28 de dezembro de 2017, quando um jogador de Ohio o desafiou a fazer “swatting” a um jogador que vivia no Kansas. O jovem cumpriu o pedido e ligou para a polícia a denunciar um falso tiroteio com sequestro na morada pedida.

Contudo, o endereço era antigo e nessa casa vivia uma pessoa que nada tinha a ver com a situação: Andrew Finch, de 28 anos. A polícia acabou por se deslocar para o local e quando Finch abriu aporta, um agente atirou e acertou no jovem, que acabou por falecer.

Bariss era conhecido no Twitter como sendo “bom no swatting”, o que contribuiu para uma pena maior do que seria de esperar. Em tribunal, o jovem norte-americano pediu desculpa à família de Andrew Finch e assumiu total responsabilidade. “Se pudesse voltar atrás, voltaria, mas não há nada que eu possa fazer. Sinto muito.”

O advogado de Tyler Barriss lembrou em tribunal que o jovem tinha crescido num ambiente familiar conturbado – o pai morreu quando era jovem, a mãe abandonou-o e o seu melhor amigo era alguém que apenas conhecia online. Foi na comunidade de jogos online que acabou por encontrar conforto, tornando-se num “serial swatter”.

O FBI reconhece a prática de “swatting” como uma ameaça desde 2008.

ZAP //

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