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Aga Khan vai doar dois quadros do século XVII ao Museu Nacional de Arte Antiga

António Cotrim / Lusa

O príncipe ismaelita Karim Aga Khan com o primeiro-ministro António Costa

O príncipe Aga Khan vai doar duas pinturas portuguesas do século XVII ao Estado português, numa cerimónia que decorrerá esta tarde no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.

De acordo com um comunicado do gabinete da ministra da Cultura, Graça Fonseca, divulgado na quarta-feira, as obras doadas são da autoria do pintor Bento Coelho da Silveira (1617-1708), pintor régio de Pedro II.

Estão previstas as presenças de Aga Khan, 49.º Íman hereditário e líder espiritual dos muçulmanos xiitas ismaelitas, do irmão, o príncipe Amyn Aga Khan, da ministra da Cultura, Graça Fonseca, e do diretor do Museu Nacional de Arte Antiga, António Filipe Pimentel.

A tutela anunciou ainda que Aga Khan vai também doar uma terceira pintura de Bento Coelho da Silveira, a “Apresentação da Virgem no Templo”, ao Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, que deverá ser entregue no mês de maio.

Ao Museu Nacional de Arte Antiga serão agora entregues “Repouso no regresso do Egito” e “Virgem com o menino e a visão da Cruz”. “Repouso no Regresso do Egito”, óleo sobre tela com 219 por 216 centímetros, de 1695, “é uma obra admirável de Bento Coelho, pela sua dinâmica e encenação assumidamente barrocas”, descreve o comunicado.

“Virgem com o Menino e a visão da Cruz”, óleo sobre tela com 221 por 227 centímetros, também de 1695, segue de perto a obra do pintor maneirista Maarten de Vos (1532-1603), conhecida através de uma gravura de 1614, de Raphael Sadeler.

A Igreja de São Cristóvão, em Lisboa, reúne um dos maiores núcleos conhecidos de obras do pintor maneirista, com 44 telas, entre as quais a “Última Ceia”, recém-restaurada no âmbito de uma ação de financiamento coletivo, inserido no projeto “Arte por São Cristóvão”, do Orçamento Participativo de Lisboa, que mobilizou artistas como Rui Chafes e Madalena Vitorino.

O Ministério da Cultura sublinha que “estas doações contribuem para o enriquecimento das coleções expostas nos museus nacionais, e reforçam uma política nacional que se afirma diversa para as coleções artísticas e patrimoniais, públicas e/ou privadas”.

As obras são doadas através do Imamat Ismaili e da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento, entidades que estabeleceram um acordo, em 2015, com o Estado Português, para instalação da sua sede mundial em Lisboa.

// Lusa

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