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Aprender a andar de bicicleta vai fazer parte do currículo escolar

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Nos próximos anos, aprender a pedalar será obrigatório para as crianças a partir do ensino básico. A medida está prevista na Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa que, até 2030, pretende ainda que haja 15 vezes mais utilizadores de bicicleta em todo o país.

Até 2030, o Governo pretende que Portugal pedale 15 vezes mais e, para isso, vai tornar obrigatória a aprendizagem de andar de bicicleta para as crianças a partir do ensino básico. Esta é uma das medidas previstas na Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa, apresentada esta quinta-feira por António Costa, o ministro do Ambiente, o secretário de Estado adjunto e da Mobilidade e o presidente da Câmara do Barreiro.

José Mendes, Secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, disse ao Público que “as crianças têm uma capacidade de sensibilização enorme”, pelo que a pedagogia à boleia dos mais novos pode ser uma forma de fazer com que as pessoas que estão à volta “copiem” esses comportamentos”.

Todos os alunos terão a oportunidade de aprender a pedalar, num processo de formação faseado ao longo dos vários níveis de escolaridade”, lê-se na Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa. No 1º ciclo as aulas serão em contexto protegido, nos 2º, 3º ciclos e secundário haverá uma passagem para o espaço público.

O objetivo é criar condições para uma “mudança drástica de comportamentos nas novas gerações”. “A educação para a mobilidade ativa e sustentável, e para a cidadania rodoviária será providenciada a partir do pré-escolar, e continuada nos níveis seguintes, incentivando o uso partilhado e responsável do espaço público”, explica José Mendes, adiantando que a formação será teórica e prática.

A aposta vai centrar-se em ensinar regras e conceitos de condução defensiva, de modo a combater a falta de cidadania rodoviária que hoje se sente.

Desta forma, a aposta nos mais novos é o mote para se pensar no “alargamento da cobertura do seguro escolar”, que está também a ser estudado, havendo a possibilidade de incluir proteção nos acidentes que envolvem alunos que se deslocam para a escola com velocípede.

Mas se os mais novos terão esta oportunidade para aprender a pedalar, os adultos não ficarão de fora. De acordo com o diário, haverá um “quadro de referência nacional para ensinar a pedalar”, com “desenvolvimento de competências para pedalar em condições de conforto e segurança, em contexto protegido (nível básico) e em meio rodoviário (nível avançado)”.

Por sua vez, o “aperfeiçoamento” do Código da Estrada implicará uma parte formativa. Neste tópico, a formação para obter a carta de condução de veículos motorizados terá uma “sólida componente específica orientada para a proteção dos utilizadores mais vulneráveis da rodovia, e para a redução progressiva e generalizada da sinistralidade”.

Pessoas com deficiência terão também garantidas de “condições apropriadas para aprender a pedalar” através do “empréstimo de bicicletas, cadeiras de rodas e disponibilização de outros equipamentos adaptados, particularmente em contexto escolar e em instituições do setor”, lê-se no documento.

O Governo quer, assim, “alcançar em 2030 aquela que é hoje a média europeia” de utilização de bicicletas para deslocações. O objetivo é que 7,5% dos portugueses utilizem a bicicleta para se deslocarem – atualmente, apenas 0,5% o faz.

Um Portugal “orgulhosamente ativo”, que considere tão “seguro e saudável” as opções de “pedalar e caminhar” que se torne algo “natural para as deslocações mais curtas” – são estes os objetivos da Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa.

ZAP //

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