As autoridades norte-americanas anunciaram na terça-feira ter aprovado o primeiro medicamento específico para o tratamento da depressão pós-parto, que afeta cerca de 400 mil mulheres nos Estados Unidos (EUA).
Segundo o Washington Post, citado pelo Diário de Notícias, a substância aprovada pela Autoridade Alimentar e do Medicamento (FDA) dos EUA chama-se brexanolona e será comercializada sob a designação de Zulresso.
Produzido pela farmacêutica Sage Therapeutics, o medicamento visa combater uma desordem caraterizada por sentimentos de inutilidade e culpa e pensamentos suicidas por parte da mulher (ainda na gravidez ou após o parto), o que prejudica a relação da mãe com o bebé e afeta o desenvolvimento da criança.
O tratamento tem de ser feito durante dois dias e meio – 60 horas seguidas – e o seu custo está estimado entre os 17 600 e os 30 800 euros (20 mil a 35 mil dólares), indicou a empresa responsável pela produção.
Os especialistas qualificam o medicamento, há muito em testes, como um grande avanço no tratamento dessa doença grave, que pode mesmo levar à morte.
“Não temos qualquer tratamento eficaz” para a depressão pós-parto, disse Jess Fiedorowicz, psiquiatra da Universidade norte-americana de Iowa e que, enquanto consultor da FDA, recomendou a aprovação do medicamento.
As mulheres com depressão pós-parto são atualmente tratadas com recurso a antidepressivos e psicoterapia, mas os seus efeitos só começam a sentir-se quatro a oito semanas depois e o seu impacto varia entre. A brexanolona, pelo contrário, atua rapidamente e durante pelo menos um mês, de acordo com os ensaios clínicos realizados.