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Inscrições antigas revelam templo de um deus desconhecido (mas ninguém sabe onde é)

Uma tábua de bronze com 2.000 anos do Iémen tem escritos que mencionam um templo perdido dedicado a um deus chamado “Athtar Ḥarmān”, uma divindade que os estudiosos nunca ouviram falar.

Escrito na língua sabáica, num texto conhecido como Sabaean, a inscrição em bronze diz: “Ilīmataʿ e Khabīʾat, os dois servos de Khawliyān ofereceram a Athtar Ḥarmān, o dono de Bana, com uma tábua de bronze, os seus filhos e aqueles que acrescentaria para sua salvação”.

“Esta placa vem de um templo dedicado ao deus Athtar Ḥarmān”, disse Robin, investigador emérito do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica, explicando que “Bana” é um nome usado para um templo. “Este deus e o seu templo eram desconhecidos até agora. Alguns detalhes sugerem que este templo estava nas proximidades de Sanaa“, disse Robin, acrescentando que acredita que a tábua data do primeiro século a.C.

Registos históricos falam de vários reinos que floresceram no Iémen há mais de 2.000 anos, alguns deles envolvidos no comércio de incenso e especiarias.

A tábua de bronze, que foi recentemente colocada em leilão pela Artemis Gallery, uma empresa sediada no Colorado, surge com vários mistérios: quem é este deus e onde está o seu templo perdido? Quem são as pessoas nomeadas na tábua? E como é que a tábua chegou aos Estados Unidos?

O texto fornece algumas pistas, sugerindo que o templo não fica longe de Sanaa. Outra inscrição em língua Saba, descoberta em 1909 em Shibām al-Ghirās, localizado a nordeste de Sanaa, refere-se a um “Bana” localizado em Shibām al-Ghirās.

Além disso, o nome “Khawliyān” é mencionado noutra inscrição, encontrada num local chamado Maḥram Bilqīs, que lista o “nome dos príncipes da comuna Ayfa“. Os estudiosos não estão certos de onde Afya se localizada, mas as pessoas que viviam lá eram “Fayshanita”, um grupo que vivia na área ao redor de Sanaa.

Saque e venda de artefactos no mercado negro

O Iémen está em guerra civil desde 2011 e o Conselho Internacional de Museus levantou preocupações sobre a possibilidade de os artefactos do país estarem a ser saqueados e vendidos no mercado negro. Em janeiro de 2018, o conselho publicou uma “lista vermelha” dos tipos de artefactos culturas que poderiam ser roubados.

O conselho listou escritos antigos em placas de pedra ou metal como um tipo de artefacto a ser observado. Vários estudiosos disseram ao Live Science que estavam preocupados que a tábua de bronze pudesse ter sido saqueada.

Contudo, Bob Dodge, o fundador e diretor executivo da Artemis Gallery, disse que a invstigação da galeria indica que a placa de bronze não foi recentemente saqueada. “Foi adquirida numa casa de leilões da Califórnia em 2015 e veio de uma antiga coleção de Nova Orleães”, disse. “Estamos a tentar rastrear a história anterior, mas fomos informados de que o ex-proprietário está morto e foi colecionador destes itens entre 1970 e 1990”.

“Se encontrarmos alguma evidência de que tenha sido importado recentemente, retiraremos imediatamente o item da venda. Se a descoberta de tal evidência ocorrer após a conclusão da venda, informaremos o novo proprietário e solicitaremos a compra para a devolver”.

ZAP //

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