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Polícia detém três suspeitos de tiroteio em Utrecht. Causas ainda estão por determinar

Robin Van Lonkhuijsen / EPA

As autoridades holandesas informaram que têm detido três suspeitos por envolvimento no tiroteio que decorreu na segunda-feira na cidade de Utrecht e que deixou três mortos e cinco feridos.

Segundo avança a agência Associated Press, Ties Kortmann, o porta-voz do ministério público holandês, disse que as autoridades têm três pessoas sob custódia devido ao tiroteio que ocorreu na segunda-feira dentro de um elétrico na cidade de Utrecht.

Para além do alegado atirador – Gokmen Tanis, cidadão turco de 37 anos -, a polícia têm outros dois indivíduos detidos por suspeitas de envolvimento no tiroteio, segundo um comunicado das autoridades holandesas.

Kortmann informou ainda que Tanis está a ser mantido em detenção sob suspeitas de homicídio com motivo terrorista, mas deixou claro que a investigação ainda não chegou a uma conclusão ao porquê de ter atirado sob um elétrico nesta cidade holandesa.

Alguns dos vizinhos de Tanis têm sugerido aos media holandeses que o motivo para o atentado poderá estar relacionado com uma relação amorosa. Testemunhas relataram que o atirador tinha como alvo uma mulher e outras pessoas que tentaram ajudá-la.

Segundo a agência de notícias EFE, testemunhos colhidos pelas autoridades indicaram que um Tanis terá sacado de uma arma e começado a disparar de forma aleatória contra as pessoas, tendo-se depois colocado em fuga.

O pai do suspeito agora detido disse à agência de notícias turca DHA que, se o filho cometeu o crime, “deve ser punido”, referindo que já não tem contacto com ele há mais de 11 anos. De acordo com a imprensa local de Utrecht, Tanis tem cadastro, tendo sido levado por várias vezes a tribunal por pequenos furtos e por uma acusação de violação.

Segundo a televisão pública NOS, Gökmen Tanis compareceu em tribunal há duas semanas num caso de violação. À BBC, uma fonte afirma que o suspeito chegou a estar detido por ligações ao Estado Islâmico, tendo sido libertado mais tarde.

Segundo a agência Reuters, duas das três vítimas já terão sido identificadas e ambas têm apelidos holandeses. Uma era uma mulher de 19 anos que trabalhava num café e a outra um treinador de futebol de um clube local, pai de duas crianças. A terceira vítima ainda não foi identificada.

Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, disse não haver, “por enquanto”, registo de portugueses entre as vítimas do tiroteio.

Aproveitamento eleitoral

O ataque ocorreu na antevéspera das eleições provinciais. Os eleitores são chamados a escolher os representantes nas assembleias das 12 províncias dos Países Baixos. Serão estes quem irão votar nos 75 membros do Senado holandês, no dia 27 de maio. A coligação governamental detém uma maioria de um assento no Senado.

Thierry Baudet, o líder do novo partido eurocético e nacionalista Fórum pela Democracia, reagiu ao ataque. “Se não escolhermos um rumo diferente na quarta-feira, isto vai acontecer muito mais vezes”, disse, citado pelo Diário de Notícias.

Segundo Baudet, os holandeses têm sido “laxistas e ingénuos” e os ataques serão muito mais frequentes se a política de integração não for alterada. O Fórum para a Democracia foi o único partido que não suspendeu a campanha na sequência do ataque em Utrecht.

ZAP //

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