A denúncia é feita pelo deputado do PSD, Ricardo Baptista Leite, que realça que há doente com cancro a esperarem o dobro do tempo máximo por cirurgias prioritárias. O prazo máximo de espera é de 45 dias.
Em declarações ao Fórum TSF, Baptista Leite disse que “no caso de doenças oncológicas, 35 unidades ultrapassam os tempos máximos de resposta garantida para cirurgias prioritárias, quatro das quais com atrasos no tempo de resposta igual ou superior a esse tempo máximo de 45 dias”.
A redução das horas de trabalho dos enfermeiros de 40 para 35 horas, reduziu a capacidade de resposta das unidades hospitalares. Nem com o investimento feito na saúde, através do aumento das equipas médicas e dos enfermeiros, foi possível agilizar a resposta às cirurgias prioritárias dos doentes oncológicos.
“Não são contratações às quais depois correspondem, numa coluna ao lado, saídas por aposentação ou seja aquilo que for. É o saldo líquido. A isto corresponde o acréscimo muito significativo de capacidade de trabalho médico e de enfermeiros, mas na parte dos enfermeiros — não escondendo que aqui há a questão da 40 para as 35 horas —, o aumento real deste número da capacidade da enfermagem não será exatamente estes quatro mil, será um número inferior“, disse Ricardo Baptista Leite.
Assunção Cristas lembrou ainda que “esses profissionais em muitos casos nem sequer foram suficientes para repor aqueles que foram aposentados” e que muitos “já estavam a trabalhar nos hospitais, mas com outro regime de trabalho e com outro tipo de contratos”.
Segundo dados da PORDATA, com o passar dos anos, o cancro tem matado cada vez mais pessoas. Em 2017, representou um quarto das mortes causadas por doenças em Portugal. Um valor 2,7 vezes superior comparando com 1960 (9,3%).