Igreja Portuguesa investiga duas queixas de abusos sexuais (e sem a polícia, para já)

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As autoridades da Igreja Católica Portuguesa estão a investigar duas queixas de abusos sexuais que envolvem elementos do clero no nosso país. Mas esses casos só serão reportados à polícia, caso se confirme a “credibilidade e fundamento” das alegações.

Estes dados foram divulgados pelo porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), o padre Manuel Barbosa, em declarações no programa da Rádio Antena 1 “E Deus criou o Mundo” que se foca nas religiões.

O Observador transcreve as declarações do padre que salienta que há “dois casos” que estão a ser alvo de uma “investigação prévia” da Igreja Portuguesa antes de serem direccionados para o Vaticano.

O porta-voz da CEP não conseguiu avançar números quanto às queixas de abusos sexuais contra elementos da Igreja em Portugal, salientando apenas que serão “cerca de uma dezena”, “3 ou 4 ou 5” ficaram-se pela “investigação prévia” e houve três “casos de condenação também civil” em Vila Real, Fundão e Golegã, que foram noticiados pela comunicação social.

Entretanto, prosseguem averiguações em torno de mais duas queixas, nota o padre Manuel Barbosa, realçando que estas denúncias só serão enviadas para a polícia se “houver credibilidade e fundamento“.

Esta posição choca com a recomendação que saiu da cimeira do Vaticano, quando os altos responsáveis da Igreja Católica defenderam que as entidades eclesiásticas não têm “ferramentas”, nem “medidas coercivas” para investigar este tipo de crimes, reforçando assim a importância de entregar as denúncias às autoridades civis.

No caso das queixas que estão a ser analisadas em Portugal, depois de passarem pelo crivo da Igreja Portuguesa serão endereçadas ao Vaticano. Só depois é que serão eventualmente comunicadas à polícia ou ao Ministério Público.