Algumas das construtoras e empresas de manutenção ferroviária acusadas pela Autoridade da Concorrência (AdC) de cartelização e de lesarem o Estado continuam a participar em novos concursos públicos promovidos pela Infraestruturas de Portugal (IP).
O processo, que ainda decorre, analisa suspeitas de várias empresas tal como a Mota-Engil, a Teixeira Duarte, a Vossloh, a Comsa, a Somague e a Sacyr Neopul, recorda o Diário de Notícias, que avançou a notícia esta quarta-feira.
Segundo escreve o matutino, a IP não tem meios legais para impedir as propostas destas empresas. Por sua vez, a AdC está a analisar a situação e admite, mesmo, a possibilidade de vir a excluir estas e outras empresas dos futuros concursos públicos.
“Relativamente à acusação deduzida a cinco empresas de manutenção ferroviária pela AdC, importa referir que estas não estão impedidas de apresentar propostas a concursos públicos lançados, não tendo a IP competências ao nível desta matéria”, explicou a IP.
Neste momento, a Infraestruturas de Portugal tem em curso a atribuição de empreitadas para a construção da Linha ferroviária de Évora. A obra foi dividida em três concursos públicos. Fonte conhecedora dos concursos na ferrovia ouvida pelo Dn avançou que a Mota-Engil deverá receber a adjudicação do troço Freixo-Alandroal e que a Sacyr, por sua vez, está na liderança da lista para o troço Alandroal-Linha do Leste.
A Mota-Engil e a Teixeira Duarte foram acusadas nos anos 2014 e 2015, enquanto Comsa, a Somague e a Vossloh foram acusadas em 2018.
Ou são família da pandilha, ou dão-lhe “uns M de trocos”…