A China está a ampliar cada vez mais o seu programa espacial e quer que a Administração Espacial Nacional da China compita com a NASA pelo posto de principal agência espacial do planeta.
No início de 2019, o país pousou com sucesso, pela primeira vez na história, uma nave no lado afastado da Lua e o bom andamento da missão Chang’e 4 acelera os planos chineses em dominar o espaço. Agora, o país quer construir uma estação de energia solar na órbita da Terra.
O programa espacial chinês recebeu um orçamento anual de 7 mil milhões de euros, fazendo com que a China perca apenas para os Estados Unidos no que diz respeito à verba libertada pelo governo para projetos espaciais.
Os cientistas chineses já começaram a trabalhar numa base experimental na cidade de Chongqing para a construção de uma estação espacial de energia solar, o que deve acontecer entre 2021 e 2025, com previsão de lançamento para até o ano de 2030.
Os especialistas esperam recolher energia solar sem a interferência da atmosfera, a limitação da noite ou épocas sazonais do planeta que limitam a luz do sol. Ao construir as “quintas” no espaço, será possível obter uma fonte de energia limpa e inesgotável.
A China acredita que o sistema pode manter-se operacional 99% do tempo e com seis vezes mais intensidade que as plantas solares da Terra.
Um dos principais desafios desta empreitada é o peso da estação espacial, de cerca de mil toneladas, tornando difícil mantê-la no espaço. Os cientistas estão a considerar montar a estação em órbita, recorrendo ainda a materiais impressos em 3D.
Necessitam também de considerar os efeitos da radiação das micro-ondas na atmosfera. Outro aspeto que está a ser discutido pelos especialistas é a melhor forma de transferir a energia recolhida para a Terra.
Além disso, o país asiático também está a trabalhar na construção da sua nova estação espacial própria, chamada de Tiangong, com previsão de lançamento para 2022.
A estação terá um módulo central e outros dois módulos para experiências, pesando 66 toneladas e capaz de abrigar três pessoas ao mesmo tempo, com um ciclo de vida projetado para pelo menos dez anos.
Ali, a China pretende realizar pesquisas científicas próprias, incluindo em áreas como biologia e física. O país não pretende usar as dependências da Estação Espacial Internacional, preferindo investir o seu tempo e dinheiro numa estação exclusiva.
No ano passado, a China revelou o design do módulo principal da estação espacial, chamado Tianhe-1.
Outros programas espaciais
Quanto à missão lunar chinesa, enquanto a Chang’e 4 e seu rover Yutu-2 estão a explorar o misterioso lado afastado da Lua, missões futuras como a Chang’e 5 e Chang’e 6 recolherão amostras de rocha e solo lunar para trazê-las à Terra.
Depois, a Chang’e 7 mapeará o polo sul da Lua – região interessante para uma habitação humana por conter água congelada – , enquanto a Chang’e 8 testará tecnologias para viabilizar a construção de uma base fixa na Lua.
Ainda, o programa espacial chinês decidiu recentemente incentivar a formação de pequenas empresas igualmente chinesas, porém privadas, para desafiar as empresas privadas espaciais dos EUA na construção de novas gerações de naves e foguetes.
A China está a investir para criar um sistema de navegação próprio, reduzindo a dependência do GPS de propriedade norte-americana. Todos os satélites são controlados pela Força Aérea dos EUA. O país está a desenvolver o sistema de navegação Beidou, com o objetivo de fornecer precisão de posicionamento de 1 metro ou menos.
Por fim, a China também está a planear realizar inspeção e reparo de satélites em órbita, limpando o lixo espacial que está em redor da Terra.
ZAP // Canal Tech