Uma equipa da Universidade de Aveiro, liderada por Isabel Duarte, desenvolveu uma metodologia experimental de produção de tubos preenchidos com espuma de alumínio que, segundo a Universidade, pode vir “a revolucionar” a indústria automóvel.
A espuma metálica, que já está a ser incorporada em alguns automóveis de topo de gama na Alemanha, é um material resistente, relativamente ao seu peso e que absorve bem a energia de impacto, com reflexos na segurança dos ocupantes em caso de acidente. É também leve, o que potencia baixos consumos de combustível, e é poroso, amortecendo com isso ruídos e vibrações.
A equipa de investigação de Isabel Duarte, do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM), desenvolveu uma metodologia experimental que garante a produção de tubos de alumínio preenchidos com espuma de alumínio, cujo preenchimento é feito durante a etapa de formação da própria espuma.
“A dificuldade que tivemos de ultrapassar foi garantir que o tubo mantivesse a sua integridade estrutural, que não fundisse durante a formação da espuma no seu interior e que houvesse o preenchimento total deste, uma vez que este processo ocorre a temperaturas próximas da temperatura de fusão do alumínio do tubo e da espuma”, desvenda a cientista.
Os primeiros resultados alcançados na Universidade de Aveiro “são bastante promissores, já que o processo garante uma ligação forte entre a espuma e as paredes internas do tubo exterior que se reflecte no seu comportamento mecânico”.
As novas estruturas, fabricadas no Departamento de Engenharia Mecânica, têm no núcleo em espuma de alumínio o papel de proporcionar uma elevada taxa de absorção de energia por unidade de peso, enquanto os tubos contribuem para a rigidez e a resistência mecânica do conjunto.
“Têm apresentado um bom desempenho mecânico, mais fiável e previsível, comparativamente com outras estruturas semelhantes”, diz Isabel Duarte, explicando que “a metodologia permite preencher estruturas metálicas ocas com espuma sem recorrer às técnicas secundárias como colagem e soldadura geralmente usadas, reduzindo assim uma etapa na produção de um componente automóvel”.
A investigação do DEM está a ser realizada com o apoio da empresa nacional MJAmaral e em parceria com grupos de investigação da Universidade Técnica de Berlim (Alemanha), da Universidade de Maribor (Eslovénia) e da Universidade de Split (Croácia).
/Lusa