O número de novos casos de sida em Portugal diminuiu em 2013, ano em que foram registadas menos 200 notificações em relação a 2012, anunciou hoje o ministro da Saúde.
Paulo Macedo falava à margem da Conferência ‘VIH-2: o vírus esquecido’, que decorre em Lisboa, no Instituto de Medicina Molecular (IMM).
“Uma boa notícia é que o número de novos casos diminuiu em relação ao ano anterior e em relação aos anos anteriores, sendo um dos melhores números já registados no sentido de menos casos novos. Temos cerca de menos 200 casos novos na área da sida”, revelou, salientando que “os números finais” serão divulgados até Junho.
O ministro sublinhou, contudo, que a área da sida continua “a merecer a atenção” do Governo, porque “a prevalência ainda é elevada, em termos europeus”.
A conferência de hoje destina-se a apresentar a história do VIH2, com a ajuda de especialistas estrangeiros, mas também pretende chamar mais pessoas para estudar este vírus mais esquecido.
“Precisamos de dar mais importância e condições para que os nossos médicos possam fazer mais investigação e não apenas seguir as novidades que os investigadores do resto do mundo introduzem no mundo da prestação de cuidados de saúde”, disse, durante a sessão de abertura, Maria do Carmo Fonseca, directora do IMM.
A responsável afirmou ver com “imenso agrado” a preparação pelo Ministério da Saúde de centros de referenciação.
“Espero muito que nesses centros seja possível proteger carreiras para médicos investigadores, porque essa investigação não pode ser feita nas horas pós laborais dos cuidados normais da carreira dos médicos e é preciso haver uma carreira dedicada”, pediu.
Pelo seu lado, o ministro respondeu que o Governo vê “como relevante que os investigadores possam ter um dispositivo legal próprio em termos de enquadramento nos hospitais, no sentido de poderem prosseguir a investigação enquanto trabalham nos hospitais”, sem terem de “sair do país ou apenas trabalhar na área privada”.
“Nesse sentido estamos a estudar legislação, precisamente porque a investigação faz parte daquilo que se faz nos hospitais”, adiantou Paulo Macedo.
/Lusa