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Greve de enfermeiros: Hospital Santo António diz que serviços mínimos não foram cumpridos

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O diretor clínico de uma das unidades onde está a decorrer a paralisação nos blocos operatórios disse esta terça-feira que os enfermeiros não cumpriram os serviços mínimos decretados para a paralisação e que foram operados apenas cinco dos 26 doentes considerados “prioritários”.

O diretor clínico do Centro Hospitalar Universitário do Porto (Santo António), José Barros, disse esta terça-feira à Lusa que os enfermeiros não cumpriram os serviços mínimos decretados para a greve, tendo sido operados apenas cinco dos 26 doentes considerados como “prioritários”.

Em declarações à Lusa, José Barros adiantou que para esta terça-feira estavam agendados 30 doentes em 12 salas operatórias para cirurgia convencional e, desses, o hospital considerou que 26 cumpriam os atuais critérios de “serviços mínimos” (muito prioritários, prioritários, oncológicos ou TMRG [tempos máximos de resposta garantidos] expirados ou a expirar durante a greve).

Das 12 salas funcionaram apenas duas e foram operados cinco doentes, todos oncológicos, um de neurocirurgia e quatro de urologia, revelou o responsável. José Barros acrescentou que quatro doentes, igualmente oncológicos e que são tidos como prioritários ou muito prioritários, não foram sujeitos a cirurgia.

A operação de um doente com ileostomia por colectomia total (colite ulcerosa) e hipocoagulado foi adiada já pela segunda vez devido à greve dos enfermeiros, contou.

Posto isto, o diretor clínico considerou que os serviços mínimos “não foram cumpridos”, acrescentando que comunicou aos sindicatos na segunda-feira à noite que 26 dos 30 doentes agendados para cirurgia cumpriam os seus critérios. “Temos mandado a lista para os sindicatos, mas nunca nos responderam”, frisou.

O diretor clínico explicou ainda que alguns destes doentes, nomeadamente aqueles com doença oncológica, foram remarcados para esta quarta-feira, mas assumiu desconhecer se a cirurgia se vai ou não realizar. “Já comunicamos estes dados ao Ministério da Saúde, estamos agora à espera de instruções e de que agilize os serviços mínimos”, referiu.

Relativamente ao Centro Materno-Infantil do Norte, e segundo os dados obtidos pelo centro hospitalar universitário, estavam agendadas 14 cirurgias para esta terça-feira, tendo sido realizadas metade delas, nomeadamente três crianças e quatro mulheres com doença oncológica.

A greve dos enfermeiros decorre desde quinta-feira e estende-se até fim de fevereiro em blocos operatórios de sete hospitais públicos, sendo que a partir de sexta-feira passa a abranger mais três hospitais num total de dez.

O secretário de Estado Adjunto da Saúde suspendeu relações institucionais com a Ordem dos Enfermeiros na sequência de posições e declarações da bastonária sobre a greve em blocos operatórios, segundo uma nota enviada à Lusa pelo gabinete de Francisco Ramos.

ZAP //

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3 Comments

  1. … assim se mostra como abusar de um direito, usando-o como arma potencialmente letal.
    Ou como passar de heróis a criminosos.
    Nem a Constituição previu algo tão baixo e reles.
    Esta profissão como qualquer outra é uma opção, se não gostam optem por outra, porque não têm dignidade nem profissionalismo quando se comprometem a proteger a vida humana e depois agem desta forma.
    Os direitos que têm actualmente são melhores que os que acharam suficientes quando começaram a laborar, mas basta que outros sejam mais beneficiados que de repente tudo aquilo que até agora era suficiente imediatamente deixa de o ser e ficam com o “direito” de ameaçar a vida de pessoas doentes e inocentes para o obter.
    O mesmo se estende a outros pseudo-profissionais que usam a greve como forma de reivindicar salários melhores à custo do prejuízo gratuíto de cidadãos inocentes, não dos que decidem, mas dos cidadãos que precisamente lhes pagam esses mesmos salários sem qualquer poder de decisão.
    As greves transformaram-se, e se antes eram algo que a classe trabalhadora se devia e podia orgulhar hoje são um abuso da democracia e da liberdade, sem qualquer honra basta que haja quem subsidie os grevistas invejosos sem carácter (a saúde privada nunca facturou tanto como agora…) e prolongam-se indefinidamente sem qualquer ética nem respeito.
    Ganhem vergonha!
    Os enfermeiros eram nobres agora são LIXO.

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