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Produção de roupas baratas tem um “alto custo ambiental e social”

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A superabundância de ‘fast fashion’ – roupas prontamente disponíveis e baratas – criou um cenário de injustiça ambiental e social, principalmente em países de baixa e média renda.

Segundo um estudo da Universidade de Washington em St. Louis (Estados Unidos), divulgado na passada sexta-feria no Futurity, a nível mundial, são adquiridas 80 mil milhões de peças de roupa nova por ano, o que significa 1,2 biliões de dólares (cerca de 1,05 biliões de euros) para a indústria da moda.

Relativamente à produção, a China e o Bangladesh são os países que fabricam a maior parte desses produtos. Quanto à aquisição de roupa e tecidos, os Estados Unidos consomem mais do que qualquer outra nação no mundo. Aproximadamente 85% do vestuário que os americanos usam, são depois enviados para aterros sanitários.

“Desde o crescimento do algodão – com uso intensivo de água -, até a libertação de corantes não tratados em fontes de água locais, passando pelos baixos salários e condições de trabalho precárias, os custos ambientais e sociais envolvidos na fabricação de têxteis são generalizados”, refere uma das autoras do artigo, Christine Ekenga.

De acordo com a professora da Universidade de Washington em St. Louis, este é um “problema enorme”, visto que os impactos ambientais e sociais desproporcionais da ‘fast fashion‘ “garantem a sua classificação como uma questão de injustiça ambiental global”.

As consequências negativas de cada etapa da cadeia de fornecimento da ‘fast fashion‘ levaram à criação de um dilema global de injustiça ambiental, afirmam as autores.

“Embora a ‘fast fashion‘ ofereça aos consumidores a oportunidade de comprar mais roupas por menos valor, aqueles que trabalham ou moram perto de instalações têxteis suportam uma carga desproporcional de riscos relativamente à saúde ambiental”, frisam.

Os padrões de consumo aumentados, referem ainda, criaram milhões de toneladas de resíduos têxteis em aterros e situações não regulamentadas.

“Isto é particularmente aplicável a países de baixa e média renda, já que grande parte desse lixo acaba nos mercados de roupas de segunda mão. Esses países necessitam, frequentemente, de apoios e de recursos para desenvolver e aplicar salvaguardas ambientais e ocupacionais para proteger a saúde humana”, acrescentam as investigadoras.

Além dos riscos ambientais e ocupacionais durante a produção de têxteis, particularmente para os países de baixa e média renda, e da questão dos resíduos têxteis, o artigo aborda potenciais soluções, incluindo fibras sustentáveis, sustentabilidade corporativa, política comercial e o papel do consumidor.

TP , ZAP //

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