O Verão quente e húmido que se faz sentir no sudeste brasileiro está na origem de uma fenómeno descrito como uma “chuva de aranhas” que foi filmado por vários moradores.
Segundo a imprensa local, João Fonseca viajava de automóvel no estado de Minas Gerais quando notou que o céu estava ”coberto de pontos negros”. Outros moradores que partilharam vídeos dizem ter assistido a fenómenos semelhantes quando o clima está mais quente e húmido e que este acontecimento já é característico da região.
Segundo Adalberto dos Santos, especialista em aracnologia da Universidade Federal de Minas Gerais, citado pelo jornal britânico The Guardian, as aranhas não estão a cair do céu, mas antes encontram-se suspensas numa teia gigante.
Trata-se de exemplares de parawixia bistriata, uma espécie de aranha gregária que constrói as suas teias em locais elevados como postes de eletricidade. É uma rara aranha “social” e a teia comunitária que constroem é tão fina que é quase invisível para o olho humano ver, dando a ilusão de que as aranhas estão a flutuar no ar.
Durante o dia, as aranhas aninham-se uma bola gigante na vegetação, emergindo no início da noite para construir o teto gigante da teia que fica entre as árvores e os arbustos, disse Adalberto dos Santos. Cada teia pode medir até quatro metros de largura e três metros de espessura.
Ao amanhecer, as aranhas alimentam-se de presas que caçaram durante a noite – geralmente pequenos insetos, mas às vezes até mesmo pequenos pássaros – antes de recuar para a vegetação novamente.
Apesar do fenómeno poder assustar, o académico garante que a parawixia bistriana não é perigosa para o ser humano: o veneno desta espécie não é prejudicial para os seres humanos e a sua picada causa pouco mais desconforto do que uma picada de formiga vermelha. O especialista confirmou ainda que a observação de aranhas em grande número resulta do tempo quente e húmido.