Foi encontrado em Inglaterra um verdadeiro tesouro da paleontologia: mais de 85 pegadas de dinossauro perfeitamente preservadas e feitas por, pelo menos, cinco espécies diferentes.
Uma equipa de investigadores da Universidade de Cambridge encontrou um tesouro paleontológico em East Sussex, no sul da Inglaterra: desde 2014, a equipa descobriu mais de 85 pegadas de dinossauros, perfeitamente preservadas e feitas por pelo menos cinco espécies diferentes.
Segundo o Diário de Notícias, esta é a maior coleção de fósseis do Cretáceo Inferior, compreendida entre há 145 milhões de anos e 100 milhões de anos, descoberta no Reino Unido.
As pegadas foram sendo identificadas ao longo dos últimos quatro anos e vão dos dois até aos 60 centímetros. Segundo os cientistas, pertencem a herbívoros como o Iguanodon, o Ankylosaurus, uma espécie de estegossauro, e saurópodes. Os fósseis estão incrivelmente bem conservados, tanto que se torna possível ver detalhes das garras e da pele dos animais.
“Habitualmente, só encontramos pequenas partes dos fósseis, que não nos dizem muito sobre como esse dinossauro pode ter vivido. Uma coleção de pegadas como esta pode ajudar-nos a preencher as lacunas e inferir coisas sobre que dinossauros coexistiram no mesmo sítio e ao mesmo tempo”, sublinha Anthony Shilito, principal autor do estudo publicado na Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology.
Os fósseis foram encontrados nos últimos quatro invernos, quando fortes tempestades provocaram derrocadas de penhascos na zona de Hastings, uma das mais ricas em fósseis de dinossauros de todo o país – e onde foi descoberto o primeiro Iguanodon, em 1825.
Segundo os especialistas, esta área, no Cretáceo, estaria perto de uma fonte de água, tendo sido encontradas ali plantas fossilizadas.
“Para preservar as pegadas, temos de ter o ambiente certo. O terreno tem de ser suficientemente pegajoso para que a pegada deixe uma marca, mas também não pode ser demasiado húmido, para que não desapareça. É preciso ter esse balanço para fiquem preservadas”, explica Neil Davies, outro paleontólogo responsável pelo achado.
“Podemos ter uma ideia de que dinossauros fizeram estas pegadas tendo em conta as suas formas e comparando-as com o que já sabemos de outros fósseis. Quando olhamos para pegadas de outros locais podemos perceber que dinossauros eram dominantes“, acrescenta Shilito.
O jornal adianta ainda que é provável que os penhascos desta zona do Reino Unido escondam ainda mais pegadas de dinossauros, mas a construção de defesas para conter a erosão costeira e o avanço do mar podem ter escondido ainda mais esse fósseis.
Daqui por uns milhões de anos pode ser que o planeta Terra volte a ser habitado por seres humanos que consigam ser mais inteligentes do que nós e encontrem pegadas nossas as quais a nossa inteligência e ganância impediram de lhes dar continuidade.