As autoridades da aldeia de Omaui, no sul da Nova Zelândia, querem erradicar os gatos da região para conseguirem proteger a biodiversidade local.
Os esforços da Nova Zelândia para proteger a biodiversidade estão a indignar muitos donos de felinos. Depois de ter “declarado guerra” a criaturas como arminhos, ratazanas e doninhas, agora as autoridades têm um novo alvo: gatos.
De acordo com o Science Alert, que cita uma reportagem do New York Times, a ideia é que esta medida, que ainda está em consulta pública, seja implementada na aldeia de Omaui, em Southland, no sul do país, habitada por 35 pessoas.
Apresentada na terça-feira, a proposta – que tem como alvo 72 predadores, incluindo gatos domésticos – faria com que, nos próximos seis meses, estes animais de estimação tenham de ser registados, sendo também obrigatório que possuam micro-chip. Depois de o amigo felino morrer, o dono não estaria autorizado a substitui-lo por outro gato.
“Nós não odiamos gatos”, diz John Collins, do Omaui Landcare Charitable Trust, ao site Newshub, citado pelo jornal Público. “Mas este não é o lugar ideal para eles”, acrescenta.
Como seria de esperar, nem todos os residentes estão satisfeitos com a proposta, defendendo até que sem este tipo de animais é que o problema dos roedores nas redondezas não tem fim.
“Não interessa quantos roedores apanho ou enveneno, vão continuar a aparecer mais e mais vindos do mato”, explica Nico Jarvis ao Otago Daily Times, uma residente de Omaui que tem três gatos e já começou uma petição para travar a proposta. “Se não posso ter um gato, quase não é saudável para mim viver em minha casa”.
Jarvis acusa o conselho regional do ambiente de Southland, entidade responsável por este plano, de se comportar como um “estado policial” e diz que a maioria da comunidade pensa que os benefícios que irá trazer para a vida selvagem da região serão insignificantes.
Ao mesmo jornal, John Collins, por sua vez, recorda que já viu pássaros nativos “feitos em pedaços” no jardim de sua casa. “A vida selvagem nativa está a desaparecer rapidamente por todo o país e lugares como este, onde as pessoas ainda desfrutam do som dos pássaros, já são provavelmente muito raros”, declara.
A Nova Zelândia tem a maior proporção de espécies ameaçadas no mundo, ao abrigar mais de quatro mil criaturas ameaçadas. Especialistas ambientais dizem que as raras espécies nativas do país têm sido aterrorizadas por invasores nos últimos 200 anos.