Investigadores descobriram não um, mas dois sistemas estelares até então desconhecidos. Um deles abriga três planetas rochosos do tamanho da Terra.
Investigadores do Instituto de Astrofísica das Canárias (IAC) e da Universidade de Oviedo descobriram dois novos sistemas planetários, sendo que um deles hospeda três planetas com o mesmo tamanho que a Terra. A descoberta foi divulgada na semana passada.
As informações sobre estes novos exoplanetas foram obtidas a partir dos dados recolhidos pela missão K2 do satélite Kepler da NASA, que teve início em novembro de 2013.
O artigo científico, que será publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, revela a existência de dois novos sistemas planetários detetados a partir dos eclipses que produzem na luz estelar das suas respetivas estrelas.
O primeiro sistema exoplanetário está localizado em redor da estrela K2-239, caracterizada pelos cientistas como uma anã vermelha do tipo M3V a partir de observações feitas com o GTC, no Observatório Roque de los Muchachos, em Garafía, La Palma.
Está situada na direção da constelação do Sextante a 50 parsecs, a cerca de 160 anos-luz do Sol. Tem um sistema compacto de pelo menos três planetas rochosos de tamanho semelhante à Terra (1,1, 1,0 e 1,1 raios terrestres) que orbitam a estrela a cada 5,2, 7,8 e 10,1 dias, respetivamente.
A outra estrela anã vermelha chamada K2-240 tem duas super-Terras com aproximadamente o dobro do tamanho do nosso planeta. A temperatura atmosférica das anãs vermelhas, em torno das quais estes planetas orbitam, é de 3450 e 3800 K, respetivamente, quase metade da temperatura do Sol.
Os investigadores estimam que todos os planetas descobertos têm temperaturas superficiais dezenas de graus acima da temperatura da Terra devido à forte radiação que recebem nestas órbitas próximas em torno das suas estrelas.
As futuras campanhas de observação com o JWST (James Webb Space Telescope) vão caracterizar a composição das atmosferas dos planetas descobertos. As observações espectroscópicas com o instrumento ESPRESSO, instalado no VLT (Very Large Telescope) do ESO, ou com espectrógrafos futuros no GTC ou em novas instalações astronómicas com o ELT (Extremely Large Telescope) ou o TMT (Thirty Meter Telescope), serão cruciais para determinar as massas, densidades e propriedades físicas destes planetas.
Na equipa de investigação liderada por Javier de Cos da Universidade de Oviedo e Rafael Rebolo do IAC, participam, juntamente com investigadores destes dois centros, outros da Universidade de Genebra e do GTC (Gran Telescopio Canarias).
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