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Descoberto sistema estelar com três planetas do tamanho da Terra

Gabriel Pérez Díaz / Instituto de Astrofísica das Canárias

Impressão de artista de um sistema planetário com três exoplanetas rochosos do tamanho da Terra

Investigadores descobriram não um, mas dois sistemas estelares até então desconhecidos. Um deles abriga três planetas rochosos do tamanho da Terra.

Investigadores do Instituto de Astrofísica das Canárias (IAC) e da Universidade de Oviedo descobriram dois novos sistemas planetários, sendo que um deles hospeda três planetas com o mesmo tamanho que a Terra. A descoberta foi divulgada na semana passada.

As informações sobre estes novos exoplanetas foram obtidas a partir dos dados recolhidos pela missão K2 do satélite Kepler da NASA, que teve início em novembro de 2013.

O artigo científico, que será publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, revela a existência de dois novos sistemas planetários detetados a partir dos eclipses que produzem na luz estelar das suas respetivas estrelas.

O primeiro sistema exoplanetário está localizado em redor da estrela K2-239, caracterizada pelos cientistas como uma anã vermelha do tipo M3V a partir de observações feitas com o GTC, no Observatório Roque de los Muchachos, em Garafía, La Palma.

Está situada na direção da constelação do Sextante a 50 parsecs, a cerca de 160 anos-luz do Sol. Tem um sistema compacto de pelo menos três planetas rochosos de tamanho semelhante à Terra (1,1, 1,0 e 1,1 raios terrestres) que orbitam a estrela a cada 5,2, 7,8 e 10,1 dias, respetivamente.

A outra estrela anã vermelha chamada K2-240 tem duas super-Terras com aproximadamente o dobro do tamanho do nosso planeta. A temperatura atmosférica das anãs vermelhas, em torno das quais estes planetas orbitam, é de 3450 e 3800 K, respetivamente, quase metade da temperatura do Sol.

Os investigadores estimam que todos os planetas descobertos têm temperaturas superficiais dezenas de graus acima da temperatura da Terra devido à forte radiação que recebem nestas órbitas próximas em torno das suas estrelas.

As futuras campanhas de observação com o JWST (James Webb Space Telescope) vão caracterizar a composição das atmosferas dos planetas descobertos. As observações espectroscópicas com o instrumento ESPRESSO, instalado no VLT (Very Large Telescope) do ESO, ou com espectrógrafos futuros no GTC ou em novas instalações astronómicas com o ELT (Extremely Large Telescope) ou o TMT (Thirty Meter Telescope), serão cruciais para determinar as massas, densidades e propriedades físicas destes planetas.

Na equipa de investigação liderada por Javier de Cos da Universidade de Oviedo e Rafael Rebolo do IAC, participam, juntamente com investigadores destes dois centros, outros da Universidade de Genebra e do GTC (Gran Telescopio Canarias).

// CCVAlg

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