Num estudo realizado recentemente, os dermatologistas detetaram com precisão 86% dos cancros de pele. Mas a máquina detetou uns impressionantes 95%.
Gostaríamos que, um dia ,a inteligência artificial fosse capaz de prevenir doenças ou, pelo menos, detetá-las precocemente. Esse dia pode estar mais perto do que imaginámos.
Um computador revelou-se mais eficaz na deteção de cancro de pele do que os próprios dermatologistas, num estudo que colocou em confronto humanos e máquinas na procura de melhores e mais rápidos diagnósticos.
Uma equipa de investigadores da Alemanha, dos Estados Unidos e da França desenvolveu um sistema de inteligência artificial e preparou-o para distinguir lesões perigosas da pele de lesões benignas, através de mais de 100.000 imagens.
A máquina foi então testada por 58 dermatologistas de 17 países, mostrando fotografias de melanomas malignos e molas benignas, acabando a maioria dos médicos por ser superada pela máquina.
Pouco mais de metade dos dermatologistas tinham mais de cinco anos de experiência – estando no nível “especialista”. 19% tinham entre dois e cinco anos de experiência e 29% eram iniciantes com menos de dois anos de experiência.
A equipa do estudo escreveu num artigo, publicado na revista Annals of Oncology, que a maioria dos dermatologistas tinha sido superada pela máquina, denominada CNN. Em média, os dermatologistas de carne e osso detetaram com precisão 86,6% dos cancros de pele das imagens, em comparação com os 95% da CNN.
Holger Haenssle, um dos autores do estudo, da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, afirmou que “a CNN deixou escapar menos melanomas, o que significa que tem uma sensibilidade maior do que os dermatologistas”.
O desempenho dos dermatologistas sofreu uma melhoria quando receberam mais informações sobre os pacientes em questão e sobre as suas lesões na pele. A equipa de investigadores disse que a inteligência artificial pode ser uma ferramenta muito útil num diagnóstico mais rápido e fácil o cancro da pele, permitindo a remoção cirúrgica antes que se espalhe.
Contudo, afirmaram, é improvável que uma máquina substitua inteiramente os médicos humanos, funcionando como um auxílio. Em algumas partes do corpo, como nos dedos e no couro cabeludo, o melanoma é difícil de visualizar e a inteligência artificial pode ter dificuldade em reconhecer lesões atípicas ou aquelas que os próprios pacientes desconhecem.
ZAP // HypeScience
Começa a guerra e as mortes continuam.