Uma das regiões solares ativas mais impressionantes e extensas está a ser observada perto do centro de disco visível da nossa estrela.
Vários observatórios e astrónomos viram nos últimos dias uma enorme mancha visível no disco solar que se aproxima do seu centro. Um comunicado do Laboratório de Astronomia de Raios X do Sol, que faz parte do Instituto Físico Lébedev da Academia de Ciências da Rússia, explicou esta quinta-feira a natureza do fenómeno.
Os cientistas veem uma “configuração estável com energia mínima, denominada como potencial”. Esta área pode acumular uma quantidade de energia que supera por milhões de vezes o consumo energético anual de toda a humanidade, destaca o comunicado citado pela RT. No entanto, a libertação desta energia “é impossível”, já que a região ativa fica “contida por leis físicas insuperáveis e permanece na calma”.
Dado que não se produziu nenhum clarão sobre a mancha durante vários dias, os astrónomos acreditam que esta área ativa pode desaparecer dentro de pouco tempo, girando com o sol até ficar “por trás do horizonte solar, sem consequências para a Terra”.
A principal emissão de regiões ativas no Sol como esta encontra-se na parte ultravioleta extrema do espectro eletromagnético, que é absorvida completamente pela atmosfera da Terra, explica o instituto russo.
Por esta razão, é complicado apreciar desde a superfície do nosso planeta a “beleza” que esta zona ativa tem. Apenas é observável uma mancha escura na base da estrutura.
No entanto, os seus enormes laços magnéticos recheados de plasma quente, que se estendem por centenas de milhares de quilómetros, veem-se perfeitamente desde a órbita terrestre.
O telescópio espacial SDO (Solar Dynamics Obsevatory) da NASA é um ótimo ponto de observação do fenómeno e o comunicado compila algumas impressionantes imagens da região ativa tiradas com distintos filtros espectrais pelas câmaras da sonda.